Como anda trabalhando o seu cérebro?
Daniele Coelho
2 de março de 2021
Acordar... trabalhar... jantar e dormir, para no dia seguinte fazer tudo de novo...Se não está bom porque não mudamos?
Acordar... trabalhar... jantar e dormir para no dia seguinte fazer tudo de
novo.
Por mais dolorida que seja a rotina que você vive, uma coisa não dá para
negar: Fazer a mesma coisa todos os dias deixa seu cérebro numa
oportuna zona de conforto. Uma verdadeira economia de energia.
Mas, isso é bom ou ruim?
Depende!
Outro dia uma pessoa me disse que já estava cansada do mesmo trabalho,
da mesma rotina. Contudo, o sonho de sua vida era mudar de cidade, de
ramo, arrumar outro emprego, enfim, respirar novos ares.
Porém, todas as vezes que ele parava para refletir sobre esse assunto, ou
seja, a possibilidade de fazer “mudanças”, várias vozes vinham na sua
cabeça.
Essas vozes, que ficam falando na nossa mente, é uma enxurrada de
emoções que ela experimentava. Isto é, primeiro surgiam as emoções de
rebeldia como entusiasmo, motivação, coragem, determinação,
justificadas com a famosa frase de efeito:
“Amanhã eu vou arrasar!!!” (frase do nosso EU do futuro, sempre com
coragem e determinação.)
Pois é...
Nada como uma noite de sono para apagar o fogo da emoção.
Assim, no dia seguinte, diante da velha zona de conforto e da difícil
decisão de promover mudanças radicais tudo ficava como está. Com um
agravante: os sentimentos agora eram de desânimo, decepção e
frustração.
Essa avalanche de sentimentos que necessariamente experimentamos
todos os dias passa despercebido para a maioria das pessoas.
A falta de Inteligência Emocional nos faz reféns dos nossos pensamentos.
Ficar tomando decisões importantes e no dia seguinte mudar tudo, ou
seja, viver uma vida de gangorra não faz bem para ninguém.
Mas afinal de contas, o que é Inteligência Emocional?
Agora pense a respeito do seu filho. Ele também passa por conflitos e
situações adversas, principalmente em relação aos estudos. Uma
apresentação em sala de aula, uma prova difícil, ou até os desafios no
convívio com os colegas na escola.
Como será que ele lida com estes sentimentos?
É justamente sobre isso que trata a Inteligência Emocional.
Uma ressalva importante, e muitas vezes passa desapercebido...Até os 12
anos a criança constrói sua individualidade e este processo é influenciado
pelo que ela vê nos pais e educadores. Isso quer dizer que VOCÊ é o
primeiro exemplo que seu filho segue.
Você pode não perceber, mas o tempo todo transmitimos mensagens aos
nossos filhos. Ou seja, se seu filho recebe constantemente mensagens
positivas, como:
“Você se saiu muito bem nesta prova, soube escutar a professora.”
Isso contribuirá para que ele tenha uma imagem positiva a respeito de si
mesmo e que se sinta seguro emocionalmente.
Mas se ao contrário, as mensagens que seu filho recebe são algo como:
“Você não faz nada direito, não escuta ninguém.”
Como acha que ele irá se sentir?
Ele certamente construirá uma autoimagem negativa, capaz de despertar
sentimentos que bloqueiam sua aprendizagem e dificultam tomar
decisões difíceis na vida adulta.
Como a Inteligência Emocional atua?
A Inteligência Emocional é tão importante para a vida adulta que já está
sendo aplicada em crianças abaixo dos 10 anos para que elas se tornem
adultos mais equilibrados, mais assertivos e resilientes.
De fato, a criança que desenvolve a sua Inteligência Emocional se
relaciona melhor com as pessoas e é capaz de comunicar o que quer, o
que pensa e o que sente com mais facilidade.
Por isso, para te ajudar, preparei para você algumas dicas práticas para
ajudar seu filho a desenvolver suas competências emocionais.
Vamos lá... (as dicas seguirão nas semanas seguintes)
Primeira Dica – Identifique e Comunique as emoções!
O que torna uma pessoa emocionalmente inteligente é a capacidade de
lidar com os próprios sentimentos de forma positiva, ao invés de ignorá-
los. Ou seja, olhar para dentro, ser capaz de identificar as próprias
emoções e as emoções das pessoas com quem a criança convive é o
primeiro passo para ela desenvolver sua inteligência emocional.
Por isso, incentive a criança a falar sobre suas emoções. Assim sendo,
esteja aberto para o diálogo, mostrando que com você ela pode expressar
seus desafios, angústias e alegrias com segurança.
Boas perguntas sobre como ela se sente diante de algumas situações em
família, com os amigos, na escola ajudam a ter consciência emocional.
Exemplos:
“Filho, como você se sentiu nesta situação?”
“Como você acha que o seu colega se sentiu quando isso aconteceu?”
“O que você acha que poderia ter acontecido para melhorar a situação?”
Além de ajudar a criança a tomar consciência de seus próprios
sentimentos e dos sentimentos das outras pessoas, estas perguntas
incentivarão na criança a empatia, fundamental na construção dos
relacionamentos.
Uma atividade simples, como uma sugestão para você, que pode fazer
com seus filhos em casa, para estimular eles a identificarem suas
emoções.
Separe 5 folhas e escreva uma emoção no alto de cada folha:
Alegria, Medo, Amor, Tristeza, Raiva
Peça para a criança desenhar com lápis de cor, canetinha ou giz de cera o
que cada uma das emoções representa para ela, respondendo às
perguntas:
“Como você imagina que seja essa emoção, que cor ela tem?”
“Desenhe como seria uma face com a expressão de alegria... raiva...
amor...”
“Escreva o que teria que acontecer para você sentir raiva, alegria, amor...”
“Quando alguém sente (Amor, Raiva, medo, etc), desenhe o que você
acha que essa pessoa tem vontade de fazer.”
Essa atividade também ajudará a criança a reconhecer como os outros se
sentem e reagem aos seus próprios sentimentos, trazendo a importância
da empatia, se importando com os sentimentos dos outros desde
pequena.
Na próxima semana trarei uma próxima dica, ainda neste mesmo tema.
E aproveitando, estão abertas as inscrições para a Jornada das Emoções
Kids (a partir de 6 anos) e Teen (a partir de 11 anos).
Para maiores informações, mande e-mail para
danicdemoraes@hotmail.com ou http://bit.ly/falacomdanicoelho
Por Daniele Coelho, ArteEducadora e Coach de Pais e Filhos