Nomear para pertencer!

Pegando carona na coluna da semana passada e dando um respiro entre uma arrumação e outra, hoje eu vou propor uma reflexão sobre como nos apropriamos da cozinha e como podemos organizar para as crianças e outros adultos poderem participar mais.

A cozinha ou a mesa onde fazemos a maior parte das refeições é um local onde gostamos de reunir a família e os amigos. Em dias tranquilos, podemos passar horas beliscando, bebendo, cozinhando e recebendo as visitas enquanto falamos sobre tudo um pouco. Em muitas casas a mesa da cozinha é o único local para as crianças estudarem, para os adultos trabalharem e para fazerem pequenas reuniões.

Percebe como é comum a circulação e a reunião de pessoas neste ambiente? Mas agora eu te pergunto: Essa família sabe se virar nesta cozinha? Onde ficam guardados os temperos? E as farinhas?
Na grande maioria dos lares o sistema organizacional ( ou não tão organizado assim) fica por conta da mulher. Ela sabe, exatamente, onde gosta de guardar aquele espremedor de batatas, o abridor de latas e o papel alumínio. E o restante da família, consegue achar o amido de milho para arriscar fazer um simples mingau?

Pois é, sinto que temos certo controle e poder na cozinha, e, mesmo inconsciente, blindamos o local para ninguém ameaçar o nosso poderoso sistema de segurança contra bagunceiros de plantão. Com essa atitude, mantemos as pessoas longe e desinteressadas por cozinhar qualquer coisa simples. Deixamos nossos filhos crescerem dependentes por anos, e não aproveitamos a rica oportunidade de cozinharmos juntos, pois se ninguém sabe onde fica nada, com certeza vai parecer um trabalhão ter que ficar pegando tudo para os outros cozinharem.

A dica é: nomear para pertencer! Vamos identificar os mantimentos! Escolha potes de vidro,ou de plástico transparente ou mesmo os desejados potes herméticos para armazenar os mantimentos e bora etiquetar. Já existe um mercado de adesivos bem bonitinhos para colar nos potes, mas aqui em casa eu preferi comprar papel contact preto e a caneta marcador permanente branca e gastei em torno de R$15,00. Para os temperos investi na compra de potinhos vazios de papinha de neném que as pessoas vendem na internet e pintei com tinta spray todas as tampinhas para que ficassem mais uniformes.

O resultado foi quase imediato! O marido passou a cozinhar sem ficar perguntando onde estava o orégano e ainda arriscou usar novos sabores.

Para as crianças que estão na fase de alfabetização, essa riqueza de palavras novas na cozinha são associadas com mais facilidade com a imagem dos alimentos no pote e cria uma nova relação de pertencimento. Quando a criança ouvir em algum lugar a palavra que aprendeu a ler estampada no potinho, provavelmente a sua mente vai viajar até aquela imagem.

Que tal? Gostou da ideia? Se você topou o desafio, tire uma foto da nova organização e marque a gente no post.