Sabe aquela hora em que você está tão cansada que não aguenta fazer mais nada??? Você pode estar simplesmente pifando de exaustão!!!
Ontem minha amiga me ligou desesperada porque o cachorrinho dela havia falecido e ela me dizia: “foi culpa minha, ele me chamou a noite e eu não fui ver...eu não podia ter deixado isso acontecer...eu estava com raiva já que toda hora ele me chamava e não fui ver!”
Veja bem, no caso específico de minha amiga, se tratava de uma cadela de 13 anos, com diversas doenças, inclusive de coração. Essa minha amiga não dormia há meses, talvez ano já, cuidando da filha cachorrinha dela, e naquela única noite, exausta, ela não levantou para leva-la a uma emergência, de madrugada, acreditando que não passaria de uma crise como diversas outras...
Esse é um exemplo mais drástico, mas quantas vezes nos pegamos nos culpando por coisas que poderiam ter tidos resultados diferentes ou por ações de desespero que tomamos porque simplesmente não aguentamos mais? Mas como assim “eu não aguentamos mais ser mãe”??!! Acredite, esse sentimento pontual não é só seu! E nesse momento, você está simplesmente exausta!
Sim, eu também passei por isso. Por muitas vezes, eu senti raiva de ouvir minha filha me chamar, mais uma vez, e eu não conseguir se quer ler um texto para terminar meu mestrado, ou terminar a comida dela mesmo que estava no fogo, ou terminar de passar o pano em um cômodo da sala.
E ainda quando me perguntavam: - O que você faz?
E eu respondia: - Eu estudo mestrado e sou mãe.
Em seguida, vinha: - Ah! (com aquele ar de humm, e você ainda se cansa?)
Eu tinha certeza que a pessoa estava pensado “só isso!!!”. E eu pensava: “só eu sei o quanto é tudo isso!”
Só eu sei o que é ser criativa para gastar a energia de um bebê; para educar esse bebê de modo humano, independente e exemplar; para preparar a comida mais gostosa do mundo para ele e o bebê não querer comer; ter energia para manter a casa arrumada para o marido chegar e ver tudo perfeito; ter que levar os meus amados cachorros para passear, já que eu tenho ‘tempo livre’; deixar toda minha vida de lado; e ainda passar o dia e a madrugada ouvindo o bebê chorar!!!
Poxa, esqueci de tomar banho! Ok, vou tomar banho com ela na banheira; depois dou janta; e vou colocar para dormir...meu Deus, ela só chora!!!
Aaaahhhhhh pelo amor de Deus, pára de chorar!!!
Texto publicado originalmente em 26 de outubro de 2019.
O que encontramos por ai?
Entre diversos textos que achei na internet, destaco “Uma carta para uma mãe exausta”, publicado por Annie Reneau, no site scarymommy (https://www.scarymommy.com/motherhood-mom-on-brink-breaking/), e traduzido por Shirley Hilgert. Pode ser encontrado também no site Macetes de Mãe, já com a tradução mencionada (https://www.macetesdemae.com/uma-carta-para-uma-mae-exausta/). Uma carta para uma mãe exausta Por Annie Reneau – @motherhoodnmore Livre tradução feita por Shirley Hilgert do original publicado no site Scary Mommy: To the mom on the brink of breaking. "Oi, mamãe! Como você está? Mas eu quero saber como você está de verdade. Você vive dizendo que está bem, mas eu vejo claramente que não está. E não tem problema. Eu também não estou bem. A verdade é que eu não conheço nenhuma mãe que esteja “bem”. De verdade, acredito que deveríamos cortar a palavra “bem” do nosso vocabulário, afinal, nós estamos tão além e tão aquém de “bem” na maior parte dos dias. Maternidade é uma dicotomia de extremos. Os mais alto dos altos e os mais baixo dos baixos. Intensa realização e insana frustração. Amor que te domina por completo e exaustão que toma conta de você. E esses extremos podem derrubar você. Sim, até os extremos bons podem fazer isso com você. Afinal, esse constante sobe e desce é desgastante para a psique e para a alma. Uma das minhas escritoras favoritas, Christine Organ, usa o termo “alma cansada”. Maternidade pode transformá-la numa alma cansada, principalmente se você não estiver cuidando direito de você mesma. Eu sei, eu sei, cuidar de você parece simplesmente mais uma coisa a incluir na sua já extensa lista de coisas a fazer. E como cuidar de você se você tem algumas pessoinhas contando com você para cuidar delas o tempo todo? Você se sente exausta. Não tem condições de se dedicar mais nem um pouquinho a nada. E isso inclui você. Mas, por favor, preste atenção em mim, mamãe. Eu estive onde você está. Eu chorei enquanto o meu bebê chorava, eu fiquei sem dormir e sem esperança, eu olhei pela janela da minha sala e me perguntei como a minha vida virou essa bagunça e tortura. Eu senti os meus nervos se desmanchando – sim, fisicamente eu sentia isso – e me perguntei se não estava me partindo ao meio. Ah, e eu também lutei contra a vontade de sair pela porta da frente e ir embora, para bem longe. E o que eu aprendi ao longo de 15 anos de maternidade é que esse impulso não deve ser combatido, ele deve ser saciado. Acredite em mim. A maternidade é maravilhosa e mágica, mas é também pesada e difícil. E o que fazer quando você está sentindo tudo de pesado e difícil e nada de maravilhoso e mágico? Essa é a hora de dar um tempo. Na verdade, já passou da hora. Você tem razão em se sentir exausta, pois é exatamente como você está. “Mas por que eu preciso de um tempo? Eu amo meus filhos!”. Provavelmente, é isso que você pensa com uma boa dose de culta. E aqui está a resposta: Amor é algo sem limites. Mas energia não. Amor é um motor, e energia é o seu combustível. Sem combustível, todo o amor desse mundo não irá leva-la a lugar nenhum. Você se senta sem forças, sabe que deveria estar se movendo, mas sente-se totalmente incapaz de fazer isso. Você tem que se reabastecer e, idealmente, antes de ficar completamente sem combustível. Você pode não querer ouvir isso, mas para se reabastecer sendo uma mãe você terá, quase sempre, que deixar seus filhos. Desculpe, mas essa é a verdade. Você não pode colocar gasolina no seu tanque enquanto dirige por aí. Você acha que está cumprindo o seu papel (e muito bem) ficando disponível para seus filhos 100% do tempo, mas você não está. Você não está sendo tão boa assim para eles e também você não está lá 100% do tempo. Essa é a verdade. Ou melhor, você até está lá, mas não está “com eles”, ligada neles. E acredite em mim: seus filhos precisam que você faça isso. Eles precisam de uma mãe que não esteja exausta. Eles precisam de uma mãe que tenha as duas coisas: amor e energia para dar para eles. Eles precisam de uma mãe que tenha ficado tempo suficiente longe deles para que ela volte a sentir um enorme prazer quando estiverem juntos de novo. Eu sei que essa ideia deixa você tensa, mas aqui vai a boa notícia: isso não exige muito. Você sabe que só precisa de poucos minutos para colocar gasolina no tanque para poder viajar longe, né? Assim, você também só precisará de um pouco mais de alguns minutos longe dos seus filhos, e não de um final de semana ou um dia inteiro. Apenas algumas horas longe, conscientemente reabastecendo o seu tanque, fará uma enorme diferença na sua vida.
Vá lá, carregue você mesma até um café, livraria, spa, academia ou qualquer outro lugar que faça você se sentir você de novo. Carregue também um livro, um fone de ouvido, um jornal ou a sua melhor amiga. Qualquer coisa que você precise para encher o seu tanque. Ou talvez você só precise de uma soneca. Então, tire uma.
Independente do que você faça, não acredite que o que você está sentindo nesse momento é o que a maternidade é de verdade. Às vezes, ela é um saco sim. Às vezes ela é exaustiva. Essas são verdades universais. Mas se você sente que está parada na ponta de um precipício, olhando para baixo, isso é um sinal de que você precisa dar um passo para trás e caminhar para longe por um tempo. Eu sei que isso é difícil, mas você ficará impressionada no quanto uma pequena recarga de energia poderá mudar totalmente a forma com que você enxerga a maternidade."
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