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Foto do escritorLívia Alencar

Eu, mãe de primeira viagem.


Eu sou uma pessoa medrosa. Essa é a verdade. Tenho tanto medo de me frustrar que demoro a assumir o quanto eu quero algo. E foi assim com a maternidade. Era tanto medo de “algo dar errado”, de eu não conseguir, de eu ficar desempregada, de ser mãe solo, de ter rejeição na família, enfim, de um monte coisas! Com isso, só tive certeza que queria ser mãe aos 36 anos. Eu e meu esposo estávamos em uma fase que os dois queriam ter filho. E assim foi.


Nossa Maria nasceu em 2018. E ai já aparece outra característica minha: a ansiedade. Eu queria tanto que ela chegasse que bastou ela ficar pronta para chegar com saúde, que ela veio, com 8 meses. Do jeitinho que eu queria. Sou mãe!


Até que vem o baque dos 3 primeiros meses. Meu Deus, o que é aquilo??? Ela não dormia por nada, passava mal a cada vez que amamentava, não saia do colo, a amamentação me deixava exausta, eu me sentia um caco e incapaz até de maternar. Para somar a tudo isso, eu estava no meio do mestrado, no momento de escrever a dissertação, ou seja, tendo que pesquisar, fazer entrevista, escrever, condensar dados. 2 momentos super instensos de uma só vez!


E assim como vejo em relatos de muitas mães, eu queria voltar a ser eu mesma. Eu queria meu tempo de volta. Deseja poder estudar concentrada, voltar ao mercado de trabalho, ter a minha vida independente novamente.


Até que, neste mesmo período em 2019, conversando com recém mães que estavam passando pelos 3 primeiros meses, me vi lembrando de coisas que eu já havia esquecido. Todos aqueles problemas dos 3 primeiros meses foram superados e se tornaram conquistas! No entanto, conquistas que estavam sendo esquecidas.


Gente, eu colocava a tela da televisão para ficar toda azul para que o azul tentasse acalmar minha filha e eu conseguisse que ela dormisse, sem nem imaginar que não esse o problema dela. Eu assisti mil vídeos de “como fazer seu bebê dormir a noite toda”. Teve um dia que minha filha berrava tanto e eu sem saber o que fazer, sai de pijama mesmo e a levei para igreja para pedir ajuda a Deus. Teve um dia que consegui coloca-la para dormir, mas eu estava tão tão tão exausta que entrei no meu quarto, deitei e chorei compulsivamente.


E os desafios continuaram. Meu marido fazia malabares para ela comer na introdução alimentar (só assim para ela abrir a boca kkkk). Até hoje tem dias que ela não quer comer por nada. Teve um dia que meu vizinho de prédio estava fazendo uma obra. Minha filha não dormia com barulho. Eu levei ela pro carro, montei uma cama no porta malas e fiquei ali com ela, esperando ela acordar. Sem contar as diversas vezes que dirigimos por mais de 30 minutos para que ela finalmente adormecesse a noite! São muitas histórias!


Foi aquela conversa com mães de recém-nascidos que me fez resgatar tudo isso. E então, me veio o estralo: preciso escrever as histórias da minha filha. E foi assim que nasceu este blog. O próprosito inicial era resgatar toda aquela maternidade que estava dentro de mim e que eu estava deixando de lado devido a ansiedade de ser eu mesma, sozinha. Eu queria manter viva as minhas conquistas e o meu processo de aprendizagem em ser mãe, sem olhar para trás e ter a sensação de não ter vivido a maternidade plenamente.


As minhas histórias não são diferentes da sua. Tenho certeza que você também está passando por diversos desafios. E se você parar para olhar um pouquinho para trás, vai perceber que já venceu muitos deles. Eu entendo que desejamos muito ser tão independentes como sempre fomos, mas não deixem que isso faça com que passemos pela maternagem como um acaso. Essas oportunidades não voltam.

Estamos comemorando 1 ano de registro de nossas histórias e temos muita gratidão por poder compartilhar com você. Esperamos que nossas histórias possam te ajudar a vencer os seus desafios. E se você quiser compartilhar a sua experiência com a gente, ficaremos imensamente felizes por isso.

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