Por Marina Oliveira
(Post publicado originalmente em 28 de maio de 2020)
É tanta informação e pitaco sobre o desmame que é normal se sentir confusa. Como eu trabalho fora o dia todo, a Lais se acostumou a ficar sem mamar no peito desde os 5 meses. Claro que eu deixava leite e quando eu chegava, ela ficava toda elétrica ao me ver e agarrava logo no peito rs. Para mim também era um alívio, pois estava dolorida já e queria mais é que ela esvaziasse rs.
Com o passar dos meses meu leite foi diminuindo naturalmente. Por dia, ela deveria mamar apenas uma vez a noite no peito, já que durante o dia já teria mamado 2 mamadeiras. Contudo, na prática, mamava umas 3 vezes no peito fora as mamadeiras. O peito era muito mais um aconchego e sinal da saudade da mãe do que o alimento.
Aos 9 meses dela, eu parei de amamentá-la durante a noite. Ela estava na pior fase, voltou a acordar 3x por noite e eu não tinha mais saúde para levantar cedo todos os dias sem ter dormido. Ela usava meu peito mais como chupeta do que para mamar de fato. Isso fazia com que adormecesse mamando e quando eu tentava colocá-la de volta na cama, ela acordava e começava tudo de novo. Chegou o dia em que na quarta vez desse ciclo, eu disse à ela que não iria mais oferecer o peito durante a noite, pois era hora de dormir. Fiquei com ela por 1 hora gritando e tentando me agarrar, mas mantive a calma e ia repetindo que era hora de dormir. Até que ela desistiu, virou de lado e dormiu. Nunca mais acordou a noite.
De dia ainda oferecia o peito quando eu voltava do trabalho e antes de dormir também. Foi um ano em que eu viajei bastante a trabalho. Ficava no máximo uma noite fora, mas acabou sendo um costume para ambas se afastarem aos poucos. Quando a Lais completou 1 ano e 2 meses, eu tirei uma semana de férias. Estando em casa 100% do tempo com ela, ela parou de pedir peito toda hora, pois já não tinha o fator "saudade". As poucas vezes que insistia em pedir o peito, dava duas sugadas e parava. Isso fazia apenas meu peito encher e eu tinha que extrair o leite. Percebi então que ela não precisava mais de mim. E seria bem conveniente não ter mais que tirar leite nos momentos em que estou longe dela. Era a hora de desmamar.
Quando voltei ao trabalho, aproveitei aquela que seria a última mamada dela. Estava decidida em chegar em casa e distraí-la para que não precisasse matar a saudade mamando. Tínhamos outras formas de fazer isso. E não é que deu certo? Cheguei o primeiro dia em casa e ela quis mamar. Em vez disso, peguei a mamadeira com água e com ela no meu colo, ofereci. Ela deu uns golinhos na água e já saiu para brincar.
Fiz isso por mais uma semana e nunca mais ela mamou. Automaticamente, meu leite secou por completo. Não tive que tirar mais nenhuma vez. Foi super tranquilo, ela não sentiu nem eu. A ideia dela nunca mais mamar no peito até passou pela cabeça, mas a sensação de liberdade após 1 ano e 2 meses de dependência e total entrega a isso, valia a pena.
Ainda hoje ela as vezes percebe meu peito, mas nunca mais tentou mamar. Ela aponta e faz mímica de mamando rs, então sei que ela entende que tinha leitinho ali, ela se lembra, mas é como se percebesse que ela não precisa mais disso. Se sente independente também. O desmame ideal é sim quando o bebê estiver pronto, mas também é importante entender como a mamãe se sente com relação a isso. Se um dos dois não quiser mais, o melhor é trabalhar na transição de forma que ambos continuem saudáveis e que a cumplicidade persista em cada passo.
A hora do desmame.
Por Lívia Macêdo
Ser mãe gera tanta expectativa….uma das minhas maiores expectativas era se eu teria leite para amamentar. Ah como eu quis amamentar! E para minha surpresa, lá estava meu peito cheio de leite. Parecia uma vaca, com a blusa molhada do leite que não parava de sair do peito. E eu adorava! Tinha um orgulho enorme de poder amamentar e de ter meu peito cheio de leite. Ela, por sua vez, parecia ainda menor no meu peito enorme. Ainda assim, eu tinha receio de secar e tomava um litro de caldo de cana por semana. Diziam que faz bem para manter o leite. Verdade ou não, eu estava sempre cheia de leite.
Com o tempo, a divindade que fez o ser humano soube dar ao nosso corpo formas de ele, por si só, equilibrar a produção. E logo eu sabia quando estava na hora de amamentar novamente. Paulatinamente, meu leite foi reduzindo, de acordo com que Maria recebia outras fontes de alimento.
Quando ela fez 9 meses, eu já queria desmamar. Estava cansada da exaustão que é amamentar. Estava cansada de sentir minha energia reduzindo ao amamentar. E eu já havia realizado o desmame noturno (que voltou depois quando ela já tomava fórmula). O médico pediatra dela, no entanto, me convenceu da importância do leite materno para o bebê. De fato, dado todas as informações sobre os benefícios do leite materno, eu reconheci que era a melhor opção para saúde da minha neném ainda tão pequena. Estiquei até que ela fez um ano. Agora, eu estava decidida. Estava na hora de darmos esse passo.
Foi então que comecei a conversar com ela. Ao mesmo tempo, fui pesquisar as marcas de fórmulas. Porém, o que realmente definiu foi a opinião médica e as informações da OMS. Maria tomou fórmula até 1 ano e meio mais ou menos. Pouco depois disso, ela passou a tomar leite integral tipo A. Hoje, com 2 anos, ela já toma leites industrializados, apenas devido a praticidade de compra e conservação no momento de pandemia que nos encontramos.
Até 1 ano, maria não havia tomado leite em mamadeira. Tentei aos 5 meses tirar leite e oferecer na mamadeira, no intuito de possibilitar que o pai dela participasse da alimentação. Ela chupava, mas não sugava. O leite não saía. Com um ano, ela já tomava água no copinho de bico e algum suco. Assim, no dia de oferecer leite de fórmula em lugar do meu leite a ela, apesar do estranhamento, ela logo aceitou. Sim, foi simples assim. Os horários de leite já estavam determinados previamente na rotina, então, basicamente, mudou o meio. Ainda assim, eu fazia questão de segura-la no meu colo, dando todo o carinho que a amamentação permite.
Ainda hoje, ela adora tomar o leitinho da noite recostada em mim ou no pai. É um dos momentos mais aconchegantes do nosso dia e faz com que tenhamos nosso momento de intimidade diário. Ah, por vezes, ela acorda de madrugada e pede: leite pai. O dengo dele com ela nesta hora é tão grande, que ele faz questão de ir buscar o leitinho dela. Como é que eu corto isso? rsrsr
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