Eu sou dessas que prefere planejar grandes decisões (apesar de nem sempre conseguir). No caso de minha filha, quem me segue aqui, sabe que foi planejado. Então, me preparei pros três primeiros meses.
- Ah então foi mole pra você! - Ah vá! Rsrsrsrs Não teve nada de moleza! No primeiro mês, eu só tinha força para dormir. E eu ainda não sabia o motivo, mas minha filha só queria dormir grudada comigo. Sem contar que ela não dormia longas horas seguidas. Nesse primeiro mês, achei que eu não precisava seguir o resguardo. Resultado? Fui lavar 3 panos de chão e quase desmaiei. No segundo mês, eu achei que fosse morrer. Jesus, o que é aquilo? O negócio é tão intenso que toda energia que eu havia guardado para os 3 primeiros meses, já havia se acabado. Eu confesso que desesperei. A dificuldade de dormir de minha filha se intensificou. Por diversas noites, ela ficava acordada das 3 às 5 da manhã. As minhas sessões de choro solitário apareceram. Eu, que era toda planejada, não estava conseguindo dar conta de meus planos. Um dos compromissos comigo mesmo era escrever a dissertação de meu mestrado. Quem disse que eu dava conta? Até hoje me pergunto como tem mães que retomam o trabalho após 2 ou 3 meses. Como tem mães que nem param de trabalhar?! Não que elas não sejam capazes, mas é tanto esforço!! Eu não consegui. Fui retomar a minha dissertação quando minha filha fez 4 meses. No meu caso, foram os 4 primeiros meses bem turbulentos. No terceiro mês, eu comecei a ter certeza do porquê minha filha não dormia. Eu observei que todas as vezes que ela dormia, ela acordava com dores. Observei também que ela dormia melhor deitada em cima de mim. Como eu precisava dormir, fomos assim por 3 meses.
Por fim, vi que quando ela amamentava, ela sentia muitas dores de cólica e só parava quando vomitava. Não era qualquer cólica. Ela se contorcia mesmo. No começo, colic calm ajudou. Depois passei pro luftal. Mas aquilo era estranho. Não fazia sentido em minha cabeça minha filha só ficar bem a base de remédio. A pediatra falou que era exagero meu. Eu lembro desse dia. Fui a mais uma consulta e mudei de pediatra.
Antes, minha irmã, que é microfisioterapeuta, havia me falado: "Oh Liu, porque você não a leva a uma sessão de microfioterapia?" Ela explicou que há memórias em nosso corpo da nossa primeira casa, a barriga de nossa mãe. Eu já não tinha mais o que testar e não queria continuar dando remédios a minha filha. Na consulta, a microfisioterapeuta que nos atendeu, uma especialista indicada pela minha irmã, me perguntou: - Mãe, você teve medo nos primeiros meses? Putz, tive muito medo! A minha mãe perdeu a primeira gestação no terceiro mês. Eu não sabia se tinha mais medo de ser mãe do que de não ser mãe. Ela continuou: eu encontrei alguns indícios que ela pode estar eliminando esse medo no vômito. Observe ela nas próximas semanas e me diga o que aconteceu. Naquela mesmo dia, minha filha teve uma crise de diarreia. Eu não me preocupei, eu sabia que ela estava eliminando o que mais restasse. Depois de 3 meses, dormi a noite a toda, deitada. Foi tudo tão intenso. Eu achei que não fosse dar conta, que aqueles meses não passariam. Eles deixaram uma marca importante: eu e minha filha somos grudadas até hoje.
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