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Marcela Elisa

      Ser mãe é desdobrar-se.

 

      A minha vontade de autoconhecimento existe há, pelo menos, 7 anos. Lá pelos meus 28, com o retorno de Saturno, levei uma guinada da vida que fui obrigada a parar, me olhar e depois seguir. Não mais pelo mesmo caminho, é claro. A prática de “virar o holofote para mim” em todas as vezes que algo me acontece tornou-se, basicamente, meu way of life. Nem sempre consigo fazer isso de imediato. Às vezes, aliás, levo tempos para alcançar tal feito. E tudo bem! Em mais dias ou menos dias, vou seguindo o mantra: “Quem olha pra fora sonha, quem olha
pra dentro acorda – Carl Young”.

    Mas o que tem isso com o tornar-me mãe?


    Bem, perdi meu primeiro bebê com 9 semanas de gestação. Deste dia em diante, passei a me perguntar profundamente o sentido de ser mãe. Por que eu queria ser mãe? Me desdobrei em questionamentos até ser um pano fino em cima da cama, destes que a gente estende, desamassa e depois dobra de novo para colocar em seu devido lugar. Três meses depois, estava grávida do Francisco, meu menino arco-íris.

 

    Durante toda a gestação e ainda hoje (e acredito que para sempre), a ligação direta com meu filho – primeiro pelo cordão umbilical e agora pela relação de afeto – me obriga a desdobrar-me inúmeras vezes! Ocasionalmente, eu não consigo nem dobrar-me para desdobrar em seguida. Fico lá, estendida, vulnerável, disposta e disponível para ser investigada por mim mesma e a partir disto, resolver alguma questão ou simplesmente me acolher em um copo de mingau de fubá que minha mãe faz divinamente.

 

    Mas Marcela, por que tanto desdobramentos? Por diversos motivos! Uma irritação inexplicável quando Chico está no meu colo, um choro incontrolável quando ele vai pro colo de alguém, um refluxo depois de mamar tão pouquinho. Tudo é razão para que eu pare, me olhe e volte a seguir. Não mais pelo mesmo caminho, é claro. Costumo pensar que meu bebê reflete quase tudo o que eu vivo e sinto, então, quando ele se demonstra um tanto desafiador, viro o holofote pra mim e vejo onde anda minhas emoções. E assim vou me desdobrando e vivendo a maternidade da maneira mais poética e caótica que está ao meu alcance.

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