Por Lívia Macêdo
Sou Baiana, meu esposo de Andradina e moramos em São Paulo, com famílias ainda residentes nos respectivos locais de nossos nascimentos. Isso significa que viagens na vida de Maria é quase uma rotina. A primeira viagem de avião dela foi aos 4 meses. Isso porque eu tive receios para viajar antes, mas tudo coisa de minha cabeça.
Para minha surpresa, as viagens de avião são bem mais fáceis quando ela ainda era uma tiquinha. Certamente, a melhor vantagem de todas é que, até 2 anos, o bebê não paga para viajar! Eu adorooooo!! Usamos e abusamos dessa vantagem e, sempre que podemos e encontramos uma promoção legal, vamos para Bahia.
Vale ficar atento às vantagens que as companhias aéreas oferecem. A maioria delas permite que seja despachado, sem custos adicionais, o carrinho ou a cadeirinha do carro. Caso eles possam ser acoplados, as companhias permitem despachar juntos. Além disso, vale observar o direito a uma bagagem. Em dias como os atuais que as companhias aéreas cobram por mala despachada, vale a pena conferir essa possibilidade. Entre as companhias que viajei, a TAM foi a que mais de ajudou nisso. Na minha primeira viagem, eu despachei uma mala, um carrinho e uma cadeirinha de carro. Tudo sem custos. As demais companhias só me permitiram despachar um carrinho ou uma cadeirinha e sem malas (para despachar mala, tem que pagar taxa extra que nem sempre compensa nas diferenças de preços de vôos).
No embarque, eu me atrapalhei toda! E aqui, TAM, precisa melhorar sua equipe. Fui até o avião com Maria no carrinho. Cheguei na porta do avião e ...eu tinha que fechar o carrinho sozinha! Fiquei sem acreditar! Como é que eu, sozinha, com um bebê de 4 meses no colo, poderia fechar um carrinho? Tudo bem que sou a favor da independência da mulher, mas ai já é ser a Mulher Super Incrível. Eis que passa ao meu lado um comissário auxiliando uma passageira deficiente. Pensei: ufa! Ele vai terminar de ajudar a passageira e vem me ajudar. Ah vá...passou direito, fingindo não me ver ali. Mas tenho boca né: o chamei! O comissário então veio me ajudar. Eu, cheia de cuidados com a bebê, havia forrado o carrinho, que estava também com brinquedo pendurado e havia uma pelúcia (quanta coisa!!!!!). Ele foi me dando aquilo tudo e eu com Maria no colo, com a sacola dela no ombro fui ficando estatelada, sem saber o que fazer rsrsrs (que cena!) Para minha sorte, passou uma mulher, passageira (acredito que também seja mãe rs) e parou para me ajudar. Ela pegou a sacola da neném, que também estava cheia de fralda e manta para o frio do avião, e foi ajustando as coisas do carrinho como pôde. A propósito, obrigada novamente a esse anjo que me ajudou. Resolvido este ponto, ela me devolveu a sacola e entrei no avião.
Ai eu tenho agora que colocar a sacola de mão, ainda meio bagunçada, ou na parte de cima dos assentos ou na parte de baixo. Com Maria de 4 meses no colo. As aeromoças me olhavam e era como se eu não existisse. Prontamente, eu sentei, e o máximo que fiz foi apertar o botão para chamar a aeromoça. Ai sim, uma delas veio em minha direção, me ajudou a rearrumar a bagagem de mão, separar uma manta para viagem, fechar novamente a bagagem, guarda-la e me sentar. E aqui um apelo: comissárias e comissários, quando virem uma mãe, independente da idade do bebê, SEMPRE ofereçam ajuda, principalmente se ela estiver sozinha. Talvez, ela não precise de ajuda, mas há grandes chances que possa precisar, ainda por cima, se for a primeira vez em avião com bebê.
Ok. Passou o desafio de entrar no avião. Agora veio a parte fácil. Na decolagem, é recomendado amamentar o bebê para evitar pressão no ouvido. Assim eu fiz. Só que eu estava no assento do meio, entre dois homens. Sou super a favor da amamentação em qualquer lugar que seja, mas confesso que me senti constrangida por estar entre dois homens, mesmo que nenhuma intimidação tenha acontecido. Durante o vôo, eu já busquei outro lugar e mudei, pois no pouso eu amamentaria novamente. O vôo em si foi ok, salvo as turbulências que em nada afetaram o sono de Maria. Na volta, eu já estava atenta a esta situação e optei por pedir um assento no corredor.
Depois dessa, tivemos mais uma viagem com Maria menor que 1 ano. Ou seja, ela ainda não tinha o domínio das perninhas (mesmo que já andando). Eu já estava mais preparada, então a sacola já estava melhor arrumada e o carrinho apenas com a coberta, fácil de retirar.
Mas ai veio a viagem com 1,5 ano. Pense numa menina que queria andar o avião inteiro. Por sorte, haviam outras crianças nas poltronas ao lado e o avião virou um parque de diversões. Se algum passageiro havia pensado em descansar, naquele vôo não era o melhor lugar. Na volta desta viagem, o avião virou uma passarela. Ela andava de uma ponta a outra olhando e dando tchau aos demais passageiros rs. Por sorte, foram vôos relativamente curtos...
Isso me lembra das viagens de carro que, além de serem mais longas (em tempo), são menos confortáveis. Em fins de semana, já tentamos ir para pequenas cidades próximas, como Socorro, e não tem outra forma, tem que ir parando. Até porque, além de Maria, sempre levamos os dois cachorros kkkkkkkkkkkk já imagina a confusão kkkkkkkkk E para pros cachorros fazerem xixi, às vezes, pros cachorros vomitarem rsrs, para porque a criança está entediada. Enfim, a viagem que era para durar 2h, dura 3h. Dai Maria quer sair da cadeirinha e pular pro banco da frente kkkkkkkkk olha, quando vamos viajar de carro, já saímos cheios de brinquedos, comidas, criatividade e paciência juntos. É sempre uma aventura. A depender da distância, optamos por viajar em horários noturnos ou próximos ao horário da soneca, o que facilita para ela dormir. Esta, muitas vezes, é a melhor solução. No final, todos sobrevivem rsrsrs.
As chegadas aos destinos são sempre uma festa. Como, muitas vezes, vamos ver família, todos estão felizes por ver a pequena, querem dar atenção e cuidar. As maiores dificuldades que tivemos, foram de diferenças climáticas. Tanto Andradina, quanto Salvador são bem mais quentes que São Paulo. Resultado: muito banho de bacia e de mangueira, e bem pouca roupa. À noite, dormimos com todas as janelas abertas e assim vamos! Prontos para próxima viagem!
Aaah as férias! Com filhos...
Por Marina Oliveira
Meu marido e eu amamos viajar. Sempre voltamos de uma viagem programando a próxima. Fora as oportunidades que apareciam entre uma e outra que nunca deixamos passar.
Aquele pique, correria: acorda cedo, anda 10km por dia, 10 cidades em 20 dias, viagem de aventura, cultura, romântica, tem pra todo gosto.
Agora que temos a Lais, o que fazer? Continuar viajando, oras! O que muda é o ritmo que teve que ser adequado à presença ela.
Claro que demos um tempinho sem viagens assim que ela nasceu para nos readaptarmos à uma nova rotina em casa, mas em um ano e 4 meses, fomos para Campos do Jordão, Curitiba, interior/praia e, mais recentemente, Roma.
Ainda temos mais 7 meses para aproveitar voo e hotel grátis para bebês rs. Depois disso, vamos tentar de alguma forma voltar a viajar só nós dois enquanto Lais aproveita os avós (claro que serão viagens mais curtas, senão a mamãe não aguenta!).
Cada viagem foi uma aventura diferente, mas todas ela curtiu!
O maior desafio que tivemos foi no trânsito: Curitiba, pois fomos de carro e ela não era muito fã e Roma pelo longo voo com ela resfriada (haja coração!). Me arrependi 35 vezes no caminho e pensava em como voltaria para o Brasil sem ter que entrar em outro avião com aquela criança!
A dica é se organizar para conhecer cada lugar sem pressa. Não adianta estimar em quanto tempo uma pessoa conheceria o lugar no pique "sem filhos". Agora que tem uma criança, você:
- anda mais devagar (quando ela ve uma pomba e quer correr atrás dela por todo o caminho que vocês tinham acabado de vencer);
- tem parada obrigatória em todo parquinho que você passar em frente;
- se preocupa com o que vai ter no café, almoço e janta, em vez de pular refeições ou comer qualquer gororoba na rua;
- leva um tempo adicional nas trocas de fralda, sonecas, roupas sujas;
- etc (muita etc!).
Maaaaas, você também não pega nenhuma fila, não fica em pé em transporte público, ganha comida grátis (porque oferecem pra ela, mas ela não aguenta tudo rs), tem preferência sempre e se diverte com cada detalhe que sua filha enxerga que nem mesmo você tinha reparado.
É mágico! Como sempre foi ;)
A Lisboa que nos fez viajar!
Por Marcela Elisa
Um pouco antes do Chico fazer 5 meses, viajamos para Portugal. Pedro, meu companheiro e pai do Francisco é português, então lá fomos apresentar nosso menino à família lusitana! Diante desta aventura, um dos aprendizados mais marcantes foi a flexibilidade e, claro, o bom humor.
Começou nas 10 horas de vôo ininterruptas até Lisboa. É engraçado como as pessoas que vêem que um bebê vai viajar perto delas durante todo o trecho, distribuem caras de “merda, choro a viagem toda!”. Mas não foi o nosso caso. Francisco, apesar de estar ali encaixado na apertada classe econômica, dormiu nas horas que dormia, acordou nas horas que acordava, mamou, soltou sorrisos e só ficou chateado (não tanto quanto eu) por não ter podido abrir a janelinha do avião nem por 2 minutos: pasmem, as pessoas gostam de ficar no escuro e com as luzes acesas durante um vôo DIURNO do que com a vista estarrecedora do céu visto de cima.
Quando chegamos em Lisboa, como tínhamos alugado um apartamento do Airbnb, tivemos um problema de comunicação com a pessoa responsável por abrir a porta (aquelas situações óbvias que acontecem em viagens não muito programadas), esperamos nas escadas (estreitas) do prédio por 2 horas. E Chico lá. Mamou, acordou, começou a resmungar uns 20 minutos antes da moça chegar. Eu, no entanto, estava já bem irritada e com cara de poucas amigas.
E assim foi, de Lisboa alugamos um carro e viajamos por algumas horas até chegar no Algarve, região em que Pedro tem família. Aí o bicho pegou. A cadeirinha do carro era péssima! Totalmente despreparada para receber um bebê de 5 meses. E esta foi nossa grande falha. Chico chorava muito para ficar na cadeirinha e as viagens por entre as cidadelas do sul de Portugal, nem sempre eram agradáveis. Pelo menos, durante o tempo em que ficávamos no carro!
Acho que a outra falha – e talvez a última – tenha sido não nos prepararmos para dormir todos na cama. Cama compartilhada mesmo. Então, tínhamos uma cama de casal e, claro, um berço. Mas Chico não dormia no berço. Nunca tinha dormido! E por este motivo, as noites começaram a ficar chatas depois da primeira semana. Isto porque Pedro começou a dormir em colchão de berço, no chão, enquanto eu e o Francisco dormíamos na cama. Ninguém consegue dormir bem quando o outro ao lado está dormindo mal. Pelo menos, nós não conseguimos.
Ah! E o rolê, destes que a gente faz durante os dias, as rotas, as escolhas para comer, os horários, a liberdade de se sentar e esquecer da vida. Tudo isto muda muito. Nossos dias eram pautados, de certa maneira, pela rotina e necessidades do Francisco. Às vezes isto era chato e, na verdade, era muito legal também. Quando conseguíamos traçar um roteiro, tínhamos, minimamente, uma direção para seguir nas elaborações dos passeios. Mas tivemos vezes de não conseguir seguir a rota e o Francisco também reagia receptivo e flexível. Às vezes chorava para trocar a fralda no banco de trás do carro, mas no geral, curtia o momento com a gente.
Fomos Pedro, Francisco, meu pai Nirceu, minha mãe Darlene e eu. Lá, encontramos a Suzete e Manoel (pais do Pedro) e outras muitas pessoas da família portuguesa. E aprendi, olhando o Francisco a reagir às coisas que lhe acontecia, que bom humor nunca é demais. Que tudo bem dar umas estressadas. Que somos mais leves quando estamos juntos. Aprendi a confiar que viagem com bebê também pode ser divertida, muitas vezes, sem a necessidade de fugir muito do que eu faria se estivesse sozinha. A verdade é que sem a companhia destas pessoas-presentes, teria sido outra viagem, mas nem consigo imaginar como seria. Esqueci-me, um pouco, de quem eu sou neste quase 1 ano do Francisco.
Mas o tema não era viagem? Que viagem!
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