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Alergia ao leite e a soja na amamentação.

Foto do escritor: Mestrado MaternidadeMestrado Maternidade

Atualizado: 27 de nov. de 2019

Eu não me conformava em não poder amamentar minha filha.

Por Cintia Tonheiro


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Quando eu engravidei, uma das coisas que me deixou apreensiva foi a ideia da amamentação pois eu sabia que poderia ser bem difícil, que eu poderia não ter leite, que poderiam existir muitos obstáculos e que principalmente poderia doer demais. A dor era a minha maior preocupação pois eu via relatos de outras mães e já me dava arrepios. Porém ao mesmo tempo eu sempre tive vontade de amamentar e viver essa experiência. Como eu não sabia como seria, decidi não criar expectativas e descobrir como seria só na hora. É claro que eu pesquisei sobre o assunto e fiz aulas para entender a pega correta, como tudo deve ser e aprendi muita coisa.


Quando a minha filha nasceu de cesárea e trouxeram ela para mamar eu senti muita dor imediatamente. E apesar de passar por consultoras de amamentação, a dor só foi piorando nas primeiras semanas e estacionou. Ao mesmo tempo que doía eu não queria parar pois a sensação de poder amamentar minha filha exclusivamente compensava muito.


Quando minha filha fez 3 semanas ela começou a chorar muito depois de mamar e na semana seguinte ela chorava também durante a mamada. Ela entrou num ciclo desesperador onde mamava, chorava e só parava se fosse pro peito e aí chorava de novo. Ela passava o dia todo assim.


A consultora de amamentação disse que quando o bebê tem cólica, o instinto é fazer movimento de sucção para aliviar. Mas no caso da minha filha, o meu leite era o que causava as cólicas absurdas nela então quando ela sugava para tentar aliviar a dor, o leite piorava a dor.


Foi então que decidimos ir ao médico. A pediatra testou a fralda e a diagnosticou com alergia à proteína do leite de vaca e à proteína de soja. Disse que ela precisaria tomar fórmula hidrolisada por duas semanas e se eu quisesse continuar amamentando eu teria que cortar soja e laticínios da dieta durante esse tempo para limpar o organismo. Imediatamente eu exclui esses alimentos da minha dieta e comecei a tirar leite com a bombinha para que meu leite não secasse. Durante esse período eu ainda amamentei minha filha 20% do tempo. Mas minha filha continuava com muita dor e chorava muito durante o dia.


Quando voltamos na consulta após as duas semanas, a pediatra, que por sinal não era muito a favor da amamentação, disse que eu não poderia mais amamentar minha filha pois meu leite fazia muito mal a ela. Meu mundo caiu ali no consultório e eu chorei lá mesmo. Meu marido ficou assustado com o que a médica disse e me proibiu de amamentar.


Eu não tinha nenhum suporte mas sabia que aquilo não estava correto. O leite materno é para ser o melhor alimento para o bebê. Eu não me conformava em não poder amamentar minha filha.

Foi aí que comecei a pesquisar e encontrei um grupo de suporte no Facebook para esse tipo de alergia. Conversei com outras mães e a maioria me disse que elas voltaram a amamentar sim porém que duas semanas de exclusão na dieta não era suficiente. Para começar a ver um resultado seria necessário no mínimo seis semanas de exclusão. Foi aí que encontrei outra pediatra por indicação que me deu apoio a continuar a amamentar e aos poucos ir aumentando as mamadas e diminuindo a fórmula.


Esse período de adaptação foi bem difícil pois eu descobri que existiam muitos outros alimentos que poderiam causar alergia e cólica na minha filha. Então eu decidi excluir muitos outros alimentos pois minha vontade de amamentar era tão grande que eu faria qualquer coisa para conseguir. Eu exclui grãos, leguminosas, industrializados, trigo, ovo. Praticamente eu só comia frutas, legumes, batata, frango e peixe.


Em uma semana já comecei a ver um ótimo resultado e minha bebê foi aceitando mais meu leite a cada dia. Duas semanas depois eu já estava amamentando exclusivamente novamente. Eu considero isso uma grande vitória pois na época muitas pessoas disseram que seria melhor dar fórmula e desistir da amamentação. Sem suporte e rede de apoio o desafio foi ainda maior. Mas hoje quando eu vejo minha filha tão saudável eu sinto orgulho por não ter desistido.


Se você também estiver passando por isso não desanime. Às vezes você só precisa de um pouco mais de paciência, informação e tempo. Se eu puder dar um conselho seria: Siga sempre seu instinto!




Cintia Tonheiro


Sou mãe da Chloe Rafaela, meu primeiro milagre depois de 8 anos tentando engravidar. Sou formada em Nutrição, mas trabalhei por muitos anos como assistente administrativa. No momento, me dedico 100% a cuidar de minha filha.

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