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Amamentação!

Foto do escritor: Mestrado MaternidadeMestrado Maternidade
- Você vai amamentar?
- Sim. Até 6 meses, o bebê só pode tomar leite materno!




"Claro que vou amamentar, por que não?"

Por Marina Oliveira


Era o que eu respondia sempre que alguém me perguntava se eu tinha vontade de amamentar. Mais uma da série "eu não estava preparada para a parte que não é só conto de fadas". Eu não entendia a pergunta. Era óbvio que quem tem filho, amamenta.


Nesse ponto, as perguntas foram boas, pois me fizeram ir pesquisar pra ver do que estavam falando. Então, descobri um mundo de desafios e possibilidades sobre a amamentação ainda durante a gravidez, que me fizeram colocar o pé no chão.


Falando da minha experiência especificamente, a Lais sempre teve a tal pega correta que, teoricamente, seria a solução de qualquer problema. Na prática, não foi bem assim. Doeu. Por aproximadamente 3 meses. Depois, simplesmente passou.

Durante esses 3 meses, além das fissuras, ardências, vermelhidão e tudo o mais que me fazia não querer nenhuma peça de roupa encostada em mim, tive também candidíase (que automaticamente gerou o famoso sapinho na Lais).


Como ela nasceu no hospital São Luiz, utilizei o programa que eles oferecem no pós parto: Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno. Foi ótimo. Precisei ir duas vezes até lá para que a enfermeira avaliasse e me ajudasse a entender o motivo da dor. Os atendimentos por telefone e pessoalmente me ajudaram muito nessa fase.


Uma das vezes que fui até lá (a que eu senti maior dor, era quase insuportável) viram que estava empedrando meu leite pois estava com um ducto obstruído. Na mesma hora, com cotonete e agulha, já conseguiram liberar meu leite novamente. Ufa, que alívio! Depois dessa, tive esse mesmo problema mais algumas vezes, mas eu mesma em casa me arriscava e deu sempre certo (ainda que eu indique sempre a procura do seu médico).


Voltei a trabalhar depois de 5 meses. Eu tinha bastante leite, então, me organizei para ordenhar leite no almoço (no estacionamento no carro) e estocar de forma que fosse possível levar para a Lais tomar no dia seguinte. Mesmo trabalhando, consegui amamentar exclusivamente até os 6 meses, conforme indicado. A fórmula entrou como complemento apenas quando a Lais fez 7 meses, quando meu leite já tinha diminuído significativamente e era inversamente proporcional à fome dela rs.


Ainda assim, quando ela tinha 9 meses, tive um início de mastite. Tive febre, dor e vermelhidão e entrei no antibiótico. Nada muito grave, mas foi o último probleminha que tive nesse quesito. E nada que me impedisse de amamentar até 1 ano e 2 meses dela, quando nós juntas decidimos que estava na hora de parar.


Fora essa pequeeeena lista de problemas que tivemos, ainda tem outros do tipo: Lais mama só um pouco e não quer mais, ou então ficava agitada toda vez que começava a mamar e se irritava. Em outras épocas, parecia que sentia dor logo que o leitinho caía no estômago e eu tinha que esperar se acalmar para oferecer de novo. Bem frequente também eram as vezes que ela "encanava" que só queria mamar de um lado, e haja criatividade pra enganá-la mudando a posição.


O engraçado é que mesmo com todos os obstáculos em nenhum momento passou pela cabeça deixar de amamentar. Talvez porque pra mim a ligação entre "bebê" e "mamar" seja tão forte que não vejo outra possibilidade. Talvez por não saber o que fazer com todo meu leite caso eu parasse. Ou talvez pela carinha dela ao mamar ser tão recompensadora.

Hoje temos muita informação e opções sobre esse tema. E cada caso é um caso e até mesmo uma escolha. O meu ponto de vista é que se você quer amamentar, amamente, pois vale muito a pena. Se você tiver um problema, qualquer problema, busque ajuda e uma segunda opinião se necessário, pois aprendi que a amamentação sempre é possível se formos bem orientadas. Não existe leite fraco e nem insuficiente, acredite.

 

Leite materno = criança saudável

Por Lívia Macêdo


- Lívia, você vai amamentar?


- Sim. Até 6 meses, o bebê só pode tomar leite materno!


- Ah, você não vai conseguir não (eu ouvi isso!!!!!)


Como assim, eu não vou conseguir? Essa afirmação foi tão chocante para mim que me irrita até hoje, e por diversos motivos! Não é obvio que o bebê tem que ser amamentado? Somos mamíferos, certo? E como assim, eu QUERO fazer algo e alguém (acreditem, da família) me diz que eu não vou conseguir!!!


Foi a partir de então que eu comecei a observar como existe um forte movimento para não amamentação. De algum modo, somos induzidos a acreditar que o nosso leite pode ser fraco, que não temos capacidade, que é feio amamentar, e muitos outros mitos horrorosos! Tudo isso é MENTIRA! Existem sim profissionais dispostos a encorajar ou desencorajar a amamentação. Devemos lembrar que há uma indústria do leite e de latifúndios que lidera a economia brasileira.


Há também algumas dificuldades que podem intervir no processo de amamentação. Amamentar dói, principalmente no começo. Amamentar cansa, tira a energia da mãe, que já está cansada de toda demanda diária, somada a resguardo e desafios da novidade de ser mãe. Amamentar requer uma posição correta, a tal da pega! Amamentar pode machucar o seio da mulher. O leite materno é reflexo da alimentação da mulher, que pode gerar alergias no bebê.


Dito tudo isto, minha experiência me faz pensar que amamentar é antes de tudo uma questão de força de vontade da mãe. Sim, diversas dificuldades podem acontecer e, às vezes, realmente não é possível amamentar. Vamos lembrar que a alimentação do ser humano é cada vez mais cheia de transformações genéticas, agrotóxicos e produtos industrializados que interferem no metabolismo e, portanto, na formação do leite. Ainda assim, existem formas de facilitar a produção de leite e a amamentação.


A pediatra de minha filha foi muito incentivadora nesse processo. Quando Maria nasceu, o médico do hospital logo identificou o freio curto da língua. A princípio, não atrapalharia a amamentação, mas poderia trazer dificuldades futuras de alimentação. Além disso, com a presença da dificuldade digestiva que ela apresentava, optamos por cortar o freio, que fizemos quando ela ainda tinha apenas 2 meses. Foi necessária também a ajuda de uma fonoaudióloga, que me ensinou a pega correta e me ajudou a reduzir as dores da mamada.


Maria mamou exclusivamente, por 6 meses. Como eu estive em casa todo esse período, e ela não gostou de mamadeira, a amamentação sempre foi direto no peito. Fizemos livre demanda nos 3 primeiros meses apenas, e ela logo definiu seus horários de rotina de alimentação. No início, ela mamava por apenas 5 minutos e logo não queria mais. Os intervalos chegavam a ser de apenas 30 min. Lembro um dia que, não sei o motivo, ela ficou mamando por 2 horas. Eu acho que, na verdade, ela estava apenas sugando, mas foi exaustivo.

Minha alimentação era extremamente cuidadosa neste período. Cortei o café, os chocolates, as pimentas, os sucos industrializados, e me esforcei para ter uma alimentação o mais saudável possível. A água e o repouso foram fundamentais para produção de leite. Entre as crenças nordestinas, estava que o caldo de cana era bom para produção de leite e eu tomava um litro por semana rs.

As mamadas noturnas eram exaustivas e, com 8 meses e uma rotina de alimentação estabelecida para minha bebê, eu optei pelo desmame noturno. Com um ano, eu decidi que estava na hora de desmamar. Passei um mês me preparando para isso e com 1 ano e 1 mês, fizemos o desmame, quando então ela conheceu o leite em fórmula, a partir da orientação do pediatra.


Maria é uma criança saudável e com o desenvolvimento adequado para idade dela. Tem gripes com mudanças climáticas, mas sem sérias complicações. O desenvolvimento motor e emocional dela parece estar condizente para idade. Eu acredito que tudo isso seja parte dos cuidados que tivemos na alimentação e amamentação dela.

 

O peito como afeto, nutrição e incômodo (alheio)

Por Marcela Elisa


De todos elementos que envolvem a maternidade, desde a gestação até o puerpério, a amamentação foi, para mim, o mais natural e descomplicado. Amamentar foi meio que fluido depois do parto normal tão intenso!


Francisco mamou logo na primeira hora de nascido. Depois disso, pegou o peito como quem pega algo que já conhece e já sabe como fazer. No entanto, uma amiga querida chamada Beatriz me presenteou com uma consultoria de amamentação, a qual recebi três dias depois do parto.


Na ocasião, estávamos internados no hospital devido a uma icterícia forte que Chico desenvolveu. O ambiente era ríspido e inóspito. Eu estava bastante sensibilizada com todo aparato hospitalar e um bebezico nos braços, em prantos. A Mari (consultora) chegou como que um abraço demorado me ensinando a melhor maneira de nutrir meu filho sem me machucar.


Acho que foi o ganho mais importante: sem me machucar.

Ouço de muitas amigas o desafio que é a amamentação no começo da vida do bebê e concordo, pois, além de ser algo que a mãe e seu filho aprendem na prática, se relacionando e mamando, há algo de sutil que é super importante considerar e estou falando da intimidade que se estabelece neste ato. A ligação entre mãe-filho fica evidente quando se está com ele no colo, colado no seio, olho no olho. Vai muito além de alimentar, de produzir leite, de ser livre demanda ou não, apesar de perpassar por tudo isso. Amamentar é construção de relação. É uma maneira bonita (às vezes dolorosa) de conhecer o bebê que se carrega nos braços. E como todo início de relação, tem suas emoções fortes!


Me peguei muitas vezes em choro enquanto dava de mamar para o Francisco. E foram vários motivos! Mas o que mais ficou em mim foi a sensação de não ter o meu corpo para mim, ou seja, de compartilhá-lo totalmente com meu filho. Isso, de vez em quando, é cansativo e traz restrições que vão durar muitos meses (se você opta em amamentar por mais que 6 meses, tempo recomendado como mínimo pela Organização Mundial da Saúde), como por exemplo, ter sua roupa manchada de leite toda hora, não poder usar vestidos e ter o coração aberto, literalmente, para encarar os olhares de reprovação quando uma mãe tira seu peito para dá-lo ao bebê. É impressionante como muitas pessoas se incomodam com uma mãe que amamenta! Penso que tal incômodo alheio gire em torno do seio da mulher ser tão sexualizado e, deste modo, não deveria estar exposto tão naturalmente (não para amamentar, é claro, já que em tempos de carnaval o seio a mostra vira brinde de fantasias cheias de penas). Neste sentido, para que eu não me estenda muito (sabemos que este tema, se explorado, cai nas reflexões

sobre a sociedade machista que vivemos), o que posso dizer é que eu lamento e continuo amamentando meu pequeno em todo lugar que ele queira mamar e que eu queira dar. À nós dois – e só a nós dois – é que cabe toda decisão que envolve o tetê.

 

O que achamos por ai?


Em se tratando de um tema tão importante, como é a amamentação, trouxemos diversas fontes.


Vamos começar com alguns artigos científicos que mostram o porquê que a amamentação é importante e aponta indícios de como se tornou um tabu. Em seguida, colocamos o link de um portal especializado em aleitamento materno. Por fim, uma rede social de uma fonoaudióloga consultora em amamentação, no qual algumas dúvidas são esclarecidas; e um vídeo do canal Mães de Peito, ensinando como fazer a pega correta.


O ato de amamentar: um estudo qualitativo

Autores: Najara Barbosa Rocha; Artênio José Isper Garbin; Cléa Adas Saliba Garbin; Suzely Adas Saliba Moimaz

Data de publicação: 2010


Pequisa relaciona amamentação e inteligência

Autores: Márcio Derbli

Data de publicação: 2017


A mulher e o direito de amamentar: as condições sociais para o exercício desta função.

Autores: Ana Márcia Spanó Nakano; Marli Villela Mamede

Data de Publicação: 2000


Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde

Autores: Leonardo dos Santos Antunes; Lívia Azeredo Alves Antunes; Marcos Paulo Fonseca Corvino; Lucianne Cople Maia

Data de Publicação: 2007


Portal Aleitamento.com


Rede Social Tetê Nosso de Cada Dia

Autora: Isa Crivellaro


Amamentação: Aprenda a fazer a pega correta

Autor: Mães de Peito | Giovana Balogh

Data de publicação: 2017



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