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Bebê chora?

Foto do escritor: Marina De Oliveira SilvaMarina De Oliveira Silva


Eu ouvi a minha vida toda que fui a bebê mais chorona do universo. Que ninguém conseguia me pegar no colo, porque chorava. Que minha mãe tinha que fazer comida balançando o carrinho, me levar ao banheiro com ela. Que meu pai chegou a dormir no chão do meu quarto com o braço para dentro do berço, porque caso se afastasse eu chorava. Sempre que surgia assunto bebê na família, a Marina chorona virava tema.


Quando engravidei, foi um dos meus receios. Será que vou pagar por meus “pecados”? Será que tem como meu bebê ser tão terrível como eu fui?


A Lais sempre foi agitada e, consequentemente, chorava. Ainda chora. Faz birra, esperneia, finge que chora...


Fazer comida com ela no colo? Fizemos. Ir ao banheiro acompanhada? Vixi, perdi as contas. Loucuras e horas pensando em como tirar o braço debaixo dela dormindo sem que ela perceba? Com certeza (e nem sempre funcionava).


Gente! Bebês choram!


Aceitem!


E não necessariamente eles estão com dor, com fome, sono ou fralda suja. Às vezes (na maioria das vezes, no caso da Lais), eles só estão entediados e cansados da mesmice de não poder andar, falar ou fazer o que eles estão com vontade. Simplesmente, porque não entendemos o que eles querem dizer e se irritam. Hoje, com a idade da Lais (1 ano e meio), é muito mais fácil identificar o que ela quer e o motivo da birra.


Quando ela tinha meses de vida, não era difícil alguém com ela chorando no colo dizer “O que ela tem?”. A resposta clássica com um sorriso no rosto nunca falha “Ela tem 4 meses”.


Ainda assim, a Lais nunca teve cólicas noturnas e nem choros inconsoláveis. Era só distraí-la que parava. Nunca foi de chorar por cair, nem quando machuca mais sério. A distração sempre funciona. Claro que quando não fazemos o que ela quer, o choro dura mais, mas até ai, sei que está bem e é só parte do aprendizado.


Me orgulho de nunca termos entrado em pânico com os choros dela. Mesmo na maternidade. Sempre mantemos a calma e tentamos entender do que se trata e sem prestar atenção às reações à nossa volta.


Seja por alguma razão específica ou seja por “birra”, nosso bebê sempre quer dizer alguma coisa. O choro é a forma que eles aprenderam a se comunicar desde o nascimento, então leva um tempo para que eles lidem melhor com isso ou encontrem outras formas de comunicação.


Acho importante nos esforçarmos para ouvir e mostrar que entendemos o que eles querem dizer ou mesmo para dizer que não estamos entendendo (que acontece com frequência por aqui também).


Nos casos em que ela está irritada e não vai conseguir o que quer, sempre faço questão de falar com ela, mostrando que entendi o pedido, mas que não será atendida e o motivo. Eles entendem mais do que imaginamos. Exemplo: “Lais, eu sei que você quer a chupeta agora, mas é hora do seu almoço. Se estiver com fome, pode comer, caso contrário vai ter que esperar a hora de dormir para ganhar a chupeta.”. Ela chora mais um pouco (chora sentida, que corta o coração com aquele olhar como quem pensa “porque vc me odeia?”), mas acaba pedindo a comida.


E também acontece a conversa (ou DR) na hora em que a mamãe está irritada com tanto choramingo (nos dias ruins dela): Lais, você já dormiu, já comeu, está saudável e de fralda limpa e pode brincar a vontade, mas não consegue ficar sem chorar. Eu não sei o que vc precisa, mas se vc se acalmar e tentar explicar eu vou te ouvir. Senão, eu vou continuar fazendo minhas coisas e vc fica ai na sua sofrência porque a mamãe não é adivinha”.


A tática da conversa na mesma altura dela olhando nos olhos, ajuda bastante na comunicação também.


Ela percebe que tem minha atenção e, da maneira dela, assimila a mensagem.

Eu encorajo meu marido a me apoiar nessas horas e fazer o mesmo quando ela, não contente, vai pedir arrego para o pai. Rs


Sobre a Marina “chorona”? Hoje vejo que foi uma fase, rápida, e que é lembrada até hoje por questão de minutos que familiares passaram comigo e eu estava chorando e, como rendeu boas histórias na época, repetem até hoje. Depois que a Lais nasceu, a história até mudou um pouco: minha mãe disse que eu dormia noites inteiras, 12h seguidas, desde os 6 meses de idade. Vai entender...

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1 Comment


Lívia Macêdo
Lívia Macêdo
Jan 14, 2020

hahahaha muito bom! Só não posso dizer o mesmo de nunca ter me desesperado com o choro de Maria. Um dia, quando eu ainda não sabia como controlar a dor de estômago que ela sentia e culminava com o vômito, eu olhei desesperada pro meu marido com o choro dela e disse: não sei o que fazer! Nesse dia, até ele assustou. Ainda bem que aprendemos como ajuda-la ;)

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