Eu nunca pensei que uma das minhas preocupações mais proeminentes depois que ganhei meu Francisco fosse dinheiro. É claro que tivemos questões a respeito do cansaço, dos cuidados com o bebê, sono etc., mas questões sobre dinheiro nunca permearam meu entendimento no que se tratava de maternidade.
Eu sou uma profissional autônoma. Antes de engravidar, trabalhava como produtora de eventos em São Paulo, principalmente. No entanto, esse tipo de trabalho não comporta uma gestante: são horas e horas em montagens, de pé, às vezes sem comer, sem ir ao banheiro. Quem trabalha com eventos sabe que não é para fracos, não. Então, durante a gestação já fiquei boa parte do tempo sem trabalhar e meu esposo manteve os custos da casa e dos preparativos para a chegada do Chico.
Só o que o tempo foi passando, eu pari e aí veio uma pergunta: como vou colaborar financeiramente em casa? E uma onda de angústia apareceu. Eu não tinha um planejamento palpável para esta hora. Eu não tinha uma reserva de emergências, eu não tinha sequer uma perspectiva de trabalho, nem que fosse depois dos 4 meses que, teoricamente, dura a licença maternidade. Eu não tinha nada neste âmbito. Foi bastante dura esta realidade e, com certeza, me vi como uma privilegiada por não pagar aluguel, por exemplo, por ter um esposo com trabalho e condições de manter nossa casa e por ter meus pais por perto, o que me deu uma grande ajuda também. Mesmo assim, essa questão me incomodou tanto, que raspei o que tinha na conta e depois que Chico fez 6 meses, contratei uma coaching de carreira. Foi o melhor investimento que fiz em mim durante este período.
No processo de redescoberta profissional, acabei me deparando com este impasse a respeito da minha não-preparação financeira para a chegada do bebê. Pois é, minha gente, bebês precisam de colo, leitinho, amor e dinheiro. É uma consulta com algum especialista aqui, é uma fralda ecológica (cara) ali, é um mobile, é um berço que acopla na cama. E quando chega a introdução alimentar? É um cadeirão, é fruta orgânica, é papinha. Ah! E se pudéssemos contratar uma babá? Agora Chico cresceu, precisa trocar a cadeirinha do carro....e assim vai.
De uma coisa estou certa. Para o próximo filho (quero outros, sim!), uma das coisas que vou me organizar é no que tange minha carreira - pretendo já ter um trabalho em que eu possa me dedicar de casa, quase full time - e no que diz respeito à organização financeira: fazer uma reserva de emergência, por exemplo, está em primeiro lugar de minhas prioridades futuras.
Acredito que desta maneira conseguirei me poupar de alguns aborrecimentos e preocupações e curtirei o tempo que terei com meu bebê com mais inteireza e tranquilidade. Quem sabe este é um bom plano, não acham?
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