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Introdução alimentar

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A gente entendeu que a alimentação passa por uma via bastante peculiar que é a via do afeto, da cultura, dos hábitos, etc...
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Eba comidinha!!!

Por Lívia Macêdo

Na minha opinião, a introdução alimentar é a hora que a mãe se descobre criativa, principalmente para alguém sem o costume de cozinhar: eu!


A OMS - Organização Mundial de Saúde recomenda a amamentação exclusiva até, pelo menos 6 meses. Há países, com o Chile, que tem o costume de introduzir a alimentação apenas após 1 ano (conheci uma família que fez amamentação exclusiva até 2 anos), dando preferência sempre ao leite materno. Falo isso logo de cara para lembrar mais uma vez que o leite materno é o alimento mais completo de todos e ideal até pelo menos 2 anos, e que cada local tem sua cultura.


Bom, eu tive o prazer de alimentar minha filha exclusivamente com meu leite até os 6 meses, e sem o auxílio de mamadeiras, pois ela não gostou de nenhuma. É de verdade emocionante saber que algo que sai de você tem o poder de sustentar, alimentar e desenvolver saudavelmente um ser com vida. Porém, após 6 meses, eu confesso que já estava exausta de amamentar exclusivamente e de acordar zumbi para amamentar novamente. A sensação que eu tinha era de ter minha energia saindo junto com meu leite. Honestamente, não sei se isto é normal porque tenho amigas que me dizem que o que mais amam é amamentar. Então sim, eu amei amamentar, mas eu estava também ansiosa pelas comidinhas. Ebaaaaa!!!!


Com 5 meses, Maria já queria provar de tudo !!!! Não sei se era eu ou ela a mais ansiosa. Dai pensei: a internet deve ter mil e uma formas de realizar a introdução alimentar e se eu for buscar a informação antes da pediatra da minha filha me orientar, eu vou ficar confusa. Vou esperar! Essa foi a melhor decisão que tomei e minha primeira dica: antes de tudo, ouça o pediatra de seu filho (a).


Com o pediatra, descobri então que duas coisas são importantes: a forma como a criança se senta, possibilitando que o alimento faça o caminho correto pelo aparelho digestório; e a posição da língua, facilitando a deglutição. Por esses motivos, a introdução alimentar deve ocorrer apenas após os 6 meses. Feito as devidas avaliações, estávamos liberados para iniciar a introdução alimentar.


E então temos outro ponto: como o bebê vai comer? Conhecemos o BLW - Baby Led Weaning, ou em português, Desmame Liderado pelo Bebê. O BLW é uma forma que o bebê basicamente se alimenta sozinho desde o primeiro momento, levando com as mãos o alimento até a boca e parando de comer quando se satisfaz, incentivando a independência do bebê. Optamos por uma forma mista: Maria come tudo o que quiser com as mãos, mas ao mesmo tempo, eu ofereço alimentos na colher. O que observamos é que, talvez por desconhecer o alimento, ela queria mais brincar, espalhar a comida do que propriamente se alimentar. Outra observação é que, talvez, por brincar muito com a comida, o momento da alimentação para ela é também o momento da brincadeira. Se ela não estiver fazendo algo interessante, ela não quer saber de comer. Mas isso é apenas uma observação. Não sei dizer se há comprovada associação direta.


Hoje, com 1 ano e meio, ela ainda come de mão muitas vezes e muitas outras quer comer de colher sozinha. Por não dominar a relação talher x alimento, ela se irrita e eu a ajudo. Sei que há crianças nessa idade que já comem sozinhas, mas não é o caso aqui. Pra gente, tudo bem. Daqui a pouco ela aprende.


Ok, mas quais alimentos foram introduzidos? A pediatra que a acompanhava na época sugeriu a introdução paulatina. Nos primeiros 10 dias, foram apenas frutas, evitando as mais cítricas. Então ela comeu banana, maçã, pêra, melão, abacate, mamão, manga (preferencialmente palmer por ter menos fiapos), ameixa, e goiaba. Eu amassava ou raspava as frutas e as repetia por 2 ou 3 dias para acostumar o sabor.


Passados 10 dias, foram introduzidos os legumes. Optamos por cozinhar os alimentos ao vapor ou na pressão, sem sal. E porque não dar sal até 1 ano? O que os pediatras informam é que há estudos que comprovam maior probabilidade de doenças relacionadas a alteração de pressão devido a introdução antecipada do Sal na alimentação. O mesmo vale para o açúcar antes dos 2 anos, pois ele aumenta a tendência a doenças como diabetes se introduzido antecipadamente.


Usamos temperos como cebola, cebolinha, alho, etc. Eram oferecidos no almoço e no jantar, amassados. Oferecíamos 3 tipos, sendo um tubérculo, um legume e uma raiz. Como essas refeições substituíram horários que antes eram de amamentação, buscamos sempre ter variedade nutricional e escolhemos alimentos orgânicos para evitar agrotóxicos na alimentação no bebê, mas sem neuras com exclusividades.


Com 8 meses, ela já estava comendo os pedaços de alimentos, mastigando. Com 10 meses, acrescentamos arroz e grãos, como feijão, grão de bico, ervilha, lentinha, etc. As proteínas animais também foram permitidas pela pediatra, mas ela nunca gostou. Cospe tudo rsrs Então cozinho alguns vegetais na carne para absorverem parte da vitamina B12 e dar um sabor mais.


Após 1 ano, a introdução do sal foi liberado pela pediatra e ela passou a comer quase a mesma comida que os adultos. Como ela está em formação, frequentemente fazemos alguns legumes a mais ou uma sopa para ela em lugar do sanduíche que comemos, por exemplo. Recentemente, ela passou a não aceitar a mesma quantidade de comida que sempre comeu. Isso ainda estamos nos adaptando. Porém, já percebemos que ela prefere os legumes que está acostumada a comidas muito temperadas.

O que aprendi nesse tempo é que minha bebê muda a cada hora. Hoje ela quer comer tudo, amanhã não quer nada. Hoje odeia berinjela, amanhã come de boa. Hoje quer maçã, amanhã quer mamão. É sempre uma fase nova e sempre passa (para bem ou para mal rs).

E nessa hora que afirmo: haja criatividade! Criatividade para cozinhar, criatividade para saber mudar o tempero, criatividade para uma brincadeira nova na hora de comer, criatividade para lembrar de oferecer a comida amassadinha mesmo que ela já esteja acostumada a mastigar (pode ser uma dor de dente, por exemplo). Ser mãe é isso né, criatividade :)

 

Introdução alimentar: meu maior desafio!

Por Marina Oliveira


Acho que fui a pessoa mais despreparada do Universo para esse momento. Eu coloquei uma expectativa gigantesca no primeiro dia de comidinha da minha filha. Seria a redução da quantidade das mamadas, o fim de noites mal dormidas já que a comida daria mais saciedade. Além disso, seria muito divertido ver ela se deliciando com tantos sabores, texturas e cores, afinal, ela adorava colocar tudo na boca! Parece piada, né? Mas não. Era exatamente assim que eu via a introdução alimentar. Quando o pediatra liberou tudo e ainda passou uma receitinha com tudo que deveria ter a sopa, horários das refeições e mamadas, eu pensei "Oba! Estou ansiosa pra chegar em casa e começar agora!".


A introdução alimentar foi, de longe, o maior desafio da maternidade pra mim (ao menos até agora). Foi a primeira vez que chorei, perdi dias em frustração e desespero e me senti completamente perdida. Claro que hoje, depois de ter passado por tudo, vejo exatamente meus erros. Estudei bastante e sei que não precisava nem de 1/5 de toda minha aflição.


Eu sempre fui muito controladora: se eu fizer isso, vou ter isso. Se eu adiantar tal coisa, vai ser possível passar em tal lugar. Economizando x por mês, em x tempo posso viajar.

Ter um bebê vai totalmente contra controlar qualquer coisa. Foi a introdução alimentar que me mostrou isso.

Mais uma vez, meu erro foi querer seguir algo pré-definido em vez de prestar atenção na minha filha. Eu poderia sim bater a sopinha em vez de só amassar. Poderia ter oferecido um alimento por vez até que ela se acostumasse com a novidade. Se ela não comesse o suficiente e pedisse leite? Por que não? Era um bebê que por 6 meses era tudo que conhecia, a textura do leite, o gosto, o contato. Como exigir que do dia para a noite aceitasse a nova rotina cheia de novidades assustadoras: sólidos, gostos diferentes, horários, colher, mastigação, cadê minha mãe?


Por dois meses, a Lais chegou a perder um pouco de peso pela minha falta de flexibilidade nesse processo. Demorei a me tranquilizar nas tantas vezes em que ela não se alimentava da forma que eu achava suficiente. Hoje, ela come muito bem! Até demais rs come a dela e a nossa. Ainda não oferecemos açúcar. O sal é raro. E é uma delícia realmente assistir um bebê comendo com vontade e pedindo mais. Se acalme, continue tentando. É preciso paciência e esse dia chega!


Foi o período mais tenso, mas também o que mais me ensinou. E não só como mãe. Passei a ser mais paciente, flexível e a entender que nem tudo sai como planejado e que tudo bem. O que importa é ter a garra de tentar de novo, de n formas diferentes até que, evoluindo (e as vezes regredindo também) um pouco por dia, chegamos la (ou quase).


 

Você tem fome de quê?

Por Marcela Elisa


A família do Pedro, meu esposo, é de Portugal, então todos os anos fazemos o esforço de irmos para lá, no Algarve, a fim de que os avós paternos possam conviver e desfrutar da companhia do Francisco, nosso filho. A primeira vez que formos, Chico tinha 5 meses recém-completados e só mamava no peito. Eu estava super confortável com isso até que esbarrei na célebre frase: “ele está olhando, acho que ele quer comer”.


Resisti dias e dias na firmeza de que meu filho só iria comer quando completasse 6 meses, no entanto, nos últimos dias de viagem, cansada de fazer cara de paisagem resolvi dar umas colheradas de arroz para ele, qual não foi minha surpresa quando ele demonstrou muita alegria. De verdade. Ele ria, balançava os bracinhos, pedia mais. E assim, sem muita cerimônia nem vídeo para a posteridade, começamos a introdução alimentar com nosso bebê.


No comecinho eu tomei muito cuidado com os tipos de alimentos, com a ausência de sal, de açúcar, de óleo. Tentei por muitas vezes que ele comesse as 5 cores no prato. Tentei o método BLW – aquele que você corta os pedaços, disponibiliza para a criança e ela come com as próprias mãos. Tentei dar na colher. Tentei amassar, mas não tanto. Evitei os sucos (e ainda os evito) e esta necessidade de reflexão (do que podia e não podia) antes de colocar uma colherada de comida na boca do Chico me fez perceber que eu estava mudando minha própria alimentação. Ou ao menos tentando mudar.


Na medida em que eu e o Pedro revíamos nossos hábitos alimentares, fazíamos o questionamento: se o Chico não pode comer, por que nós podemos? E nesta toada, estabelecemos o parâmetro do que gostaríamos de fazer com relação à alimentação (do Francisco e a nossa): excluindo os exageros, o Francisco comeria de tudo. Isso mesmo, de tudo. De carne a pão. De fruta a uma bolachinha na casa da vó. De arroz e feijão a tapioca. As únicas coisas que realmente proibimos até agora é: chocolate, refrigerante, doces industrializados e porcarias do tipo Baconzitos (huum..rs).


A gente entendeu que a alimentação passa por uma via bastante peculiar que é a via do afeto, da cultura, dos hábitos etc. Não é só sobre comer para saciar a fome. É sobre comer a bolachinha de nata que minha mãe faz e vê-la sorrir com ele pedindo mais. É se preocupar em fazer um jantar delicioso sem sal, até porque ele já comeu comida salgada no almoço. É saber que o Danoninho é cheio de açúcar, mas ter um sobrinho chamado Caetano que come ao lado dele e passa boa parte do tempo oferecendo para o Chico como sinal de sua generosidade e eu, no meu canto da cozinha, meio a contra gosto, não interrompo a conversa e só interfiro neste zum zum zum quando vejo que Francisco já comeu o suficiente para saber do que se trata.

No final das contas, é tudo sobre até que ponto você está disposta a bancar.

Eu banco que meu filho não faça parte das crianças que não comem sal e açúcar antes dos 2 anos. Mas agora, na preparação da festinha de 1 ano dele, estou flertando com um bolo de banana e aveia e uma mesa cheia de frutas – só para evitarmos a aproximação dele com os brigadeiros e o bolo de cenoura coberta de brigadeiro. Eu amo brigadeiro.


 

O que achamos por aí?


Hoje, escolhemos 2 trabalhos para compartilhar aqui:


O primeiro deles é o blog TÁ NA HORA DO PAPÁ, com diversas dicas, informações e conteúdos sobre introdução alimentar. Escolhemos o post "Mitos e verdades sobre a introdução alimentar". Publicado em 06/04/2017

Autor: Aline Padovani

Título: Mitos e verdades sobre a introdução alimentar. https://tanahoradopapa.com.br/2017/04/06/mitos-e-verdades-introducao-tradicional/

O segundo é um canal no Youtube chamado Prapapá com publicações de receitinhas que podem auxiliar na variação do cardápio do bebê e também com entrevistas que esclarecem dúvidas comuns de diversas mamães a respeito do tema.

Publicado em 06/04/2017

Autor: Patrícia Cruz Smith

Título: Prapapá Comenta - Primeiros Passos da Introdução Alimentar. https://youtu.be/ISmMaQ5TXtI




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