A rotina na vida do bebê já é bem conhecida e facilita-o a entender as atividades do dia a dia, o que esperar de um próximo momento e, principalmente, influencia nas noites de sono. Mas será que rotina é como uma receita de bolo, igual em toda casa?
A rotina que eu quero, a rotina que é possível.
Por Marcela Elisa
Segundo a Ayurveda, medicina oriental que classifica as pessoas por doshas, de acordo com sua estrutura física, mental e emocional, a falta de rotina desequilibra o dosha Vata. Isso significa que se o elemento ar (componente de Vata) fica em excesso e a pessoa tomada de ar se torna ansiosa, “avoada” e, ainda com alguns problemas circulatórios, entre outras questões que variam de pessoa para pessoa. Certo.
Adivinhem qual é a composição (em dosha) do Francisco? Pita-Vata! Então, dá-lhe rotina!
Acorda, troca fralda, come tapioca, mama, fica com a babá. Chega meio-dia já almoçado. À tarde, às vezes fica comigo, às vezes com o pai, às vezes com a avó (lá se vai a rotina..). À noite, janta às 19h e dorme até às 21h30 no máximo. Chega sábado, a rotina muda toda. Domingo, pior ainda. E aí o coração aperta um pouco.
Quando Francisco nasceu e até ele completar 3 meses, eu quase não saí de casa, já que
ele estava na exterogestação, como é chamado o período de 3 meses depois do nascimento do bebê, quando ele ainda não sabe que está fora do útero. Depois dos 3 meses, até os 6, a rotina mudou pois já saímos, mas à noite era em casa. Após os 6 meses, quando introduzimos a alimentação, a rotina voltou a mudar. O que eu quero dizer com isso? Que, sim, a rotina muda. E tudo bem.
Aqui em casa o que fazemos é conversar com o Francisco quando sabemos que o dia seguinte será todo diferente do que ele vive normalmente. E posso falar? Isto ajuda muito. Então, por mais que sigamos alguns horários para sonecas, almoço, janta, não temos a tendência a ser muito rígidos. Tem dia que o almoço é no carro, quando estamos viajando. Outros dias, é na cadeirinha, bonitinho, na mesa com todos. Há dias, ainda, que não tem almoço, acredita? Aí eu dou o peito (santo peito!!!).
O que eu faço é ficar atenta às mudanças orgânicas, das fases que vem e vão e mais: estabelecer, sim, uma rotina “de fundo”, por exemplo, dormir até 21h30 (sem considerar o ano-novo que ele ficou acordado até 23h hehe). No mais, olho para meu filho e vejo do que ele precisa naquele momento. Por vezes, está escrito que ele precisa comer uma fruta mas ele quer arroz e feijão. Eu não me faço de rogada. Respeito o corpo e as necessidades dele como quem está ali para facilitar o processo e não para ticar o que foi feito ou não foi feito.
Rotina? Aqui não...
Por Marina Oliveira
Procurando na internet sobre o que fazer para melhorar o sono e alimentação do bebê, a resposta é unânime: coloque uma rotina. O problema é que, aqui em casa, nunca foi fácil colocar a Lais numa rotina. E olha que eu sou a louca da rotina!
A Lais sempre foi muito decidida e independente. Quando ela quer (ou não quer) uma coisa, não tem como obrigar. Tentamos por diversas vezes colocá-la para dormir mais cedo, mas o que acontece é ela ficar gritando até a hora em que realmente gosta de dormir, que é por volta de meia-noite. A dica de dar um banho morno para relaxar também nunca funcionou. O banho a deixa agitadíssima porque ela ama. Musiquinha tranquila? Nem pensar, ela sai dançando e agita. O negócio é esperar os sinais do sono e levar para o quarto escuro nesse momento que, assim, ela dorme rápido e sem stress.
Sobre a alimentação, tem dias que no almoço ela quer leite e pronto! Não adianta forçar a comida. Ela vai gritar, bater no prato, derrubar no chão e, além de estressada, ainda vou ter que limpar tudo. Muito menos pular a refeição e deixar a criança chorando para aprender a não recusar comida (ela só tem um ano e 5 meses). É mais fácil aceitar que ela tem a certeza de que quer o leite e que tudo bem, um dia ou outro, inverter o almoço com o leite da tarde, porque uma vez feliz com seu leitinho, mais tarde ela almoça normalmente.
Tudo isso para dizer que não adiantou aqui termos uma rotina engessada em horários. Tivemos que nos adaptar à personalidade dela. Todos tem seus dias bons e ruins, felizes e birrentos. E isso vai contra tudo que eu esperava e tinha pesquisado. E mais uma vez, tive que aderir à flexibilidade que eu tanto fujo.
O que posso dizer é que, na maioria dos dias, eu levanto às 6h para ir à academia e de lá vou direto para o trabalho. A Lais acorda por volta de 7:30h, então não encontro com ela pela manhã. Meu marido oferece a primeira mamadeira do dia e desce com ela e a Duda para um passeio no condomínio.
Na volta, trabalha enquanto a Lais se distrai com brinquedos até a hora do almoço. Pela tarde, sempre tem algo para fazer e acaba dando uma saída com a Lais, seja para ir ao trabalho ou levá-la em algum lugar (mercado, clube, brinquedoteca, médico, vacina, visitar avó, etc). Ela tira uma soneca por dia (quando tira....), de 1h e meia, nesse percurso para algum lugar ou no sofá de casa antes de sair. Não tem horário fixo. As vezes a soneca acontece em seguida do passeio com a Duda. E as vezes simplesmente não acontece.
Toda essa diferença de horário impacta diretamente o horário da mamadeira da tarde e consequentemente do jantar. O correto é oferecer 4h após o almoço, mas se ela dorme perto do horário de mamar, esperamos acordar e ai atrasa a janta. E tudo bem, já aceitamos que isso pode e vai acontecer.
Quando chego em casa, por volta de 19:30h geralmente está próximo do jantar dela. Entre a janta e a sobremesa, colocamos o banho. Meu marido dá o banho, enquanto eu arrumo as pendências em casa.
Mesmo se já jantou, quando nós jantamos, ela acaba beliscando novamente. Por volta de 22:30h apagamos tudo e esperamos vir o sono dela, pois é o horário que ela fica mais agitada. Enquanto isso, conversamos entre as brincadeiras com ela ou então, quando ela está bem entretida, sozinha ou com a Duda, assistimos um seriado tomando um vinho.
Quando ela pede o "mamá", essa é a deixa. Preparamos a mamadeira, deixamos a chupeta a postos e levamos para o quarto. Ela mama, devolve a mamadeira, pega a chupeta e dorme por volta de 23:30h até as 7:30h, quando acorda novamente.
A rotina que encontramos aqui é sempre fazer tudo que ela está acostumada no dia, seja em casa ou viajando. Isso quer dizer: mamar, sair/brincar, comer, soneca, mamar, sair/brincar, comer, banho, brincar, mamar, dormir. Ufa! Fora as trocas de fralda, escovação de dentes e afins. Maaaaas, isso tudo dificilmente acontece todos os dias no mesmo horário. As ordens também se invertem, às vezes. Um almoço que, no geral, acontece às 12h, por vários dias, vai ser feito só lá pelas 14h. E por ai vamos nos adequando nos próximos passos.
Nossa rotina é não ter rotina, mas com responsabilidade ;) e de forma que funcione para todos, inclusive a Lais, que como eu já disse antes: é um ser humaninho diferente de mim e que também tem suas vontades.
Rotina, não loucura.
Por Lívia Macêdo
Quando soube que estava gravida, eu já ouvia das diversas noites perdidas...e me preparei para isso. Ou achei que havia me preparado. O primeiro mês, passei no meu estado de sanidade. O segundo mês, eu já surtei. Acho que esse foi o pior de todos os meses, pelo simples fato que eu achava que haveria uma leve melhora ou costume. Só que não. No terceiro mês eu pensei: tenho que dar um jeito nisso, não é possível!
A dica principal para melhora do sono: rotina! E ela ajuda. A questão é que no desespero de voltar a dormir, a tentativa de se criar uma rotina se tornou uma loucura para mim. Eu anotei todos os horários: quando acordava, quando mamava, o tempo que mamava, o tempo que dormia, quando brincava, as atividades que fazia, a hora do banho, enfim, tudoooo. E de fato, saber o que fazer, o tempo que vai demorar e o que fazer em seguida ajuda tanto a programar o dia com o bebê como a aproveitar da melhor forma, o pouco tempo que te sobra.
Poxa, mas se ajuda tanto assim, porque a sensação de loucura? Pelo simples fato de que, no momento em que eu conseguia uma rotina, Maria resolvia mudar tudo. E ai você tenta dominar essa mudança, e não consegue. Demorou, mas entendi e aceitei que nem mesmo a rotina estava sobre meu domínio total. E acho que essa é a chave para que a rotina se torne sua amiga. Por mais que pelos vídeos e depoimentos da internet indiquem que estabelecer uma rotina é simples, ela pode ser desafiadora e volátil.
A primeira rotina que Maria nos ensinou foi aos 3 meses. Logo, aos 4 meses, ela teve uma crise de desenvolvimento e a rotina foi por água abaixo. Aos 5 meses, consegui novamente e acredite, cheguei a coloca-la para dormir com um beijinho, e ela adormecia sozinha. Isso durou menos de 1 mês. Aos 6 meses, tivemos a introdução alimentar e tudo mudou novamente. Com o tempo, algumas alterações de horário e quantidades de sonecas no dia foram acontecendo. Com 1 ano e meio, Maria resolveu que só almoçaria depois da soneca. Acontece que, com isso, o jantar fica comprometido, pois ela acorda entre 15 e 16h. E como eu disse antes, entendi que não tenho controle de tudo e se ela tem essa rotina, todos os dias eu tenho o desafio de manter as duas refeições.
Mas Lívia, e porque você não tenta ajustar esse horário?
Bom, com a rotina que ela tem, eu já sei a hora que ela vai dormir e quando mais ou menos deve acordar. Às vezes, Maria me surpreende e acorda antes do esperado. Mas com a rotina que temos, eu consigo ter ideia de como organizar minha vida nessas 1,5 - 3h de soneca. Além disso, ela logo irá para escola e já passará por uma forte mudança na rotina. Então, na nossa casa, entendemos que esta rotina está funcionando.
Depois de quase ficar louca com a tentativa de uma rotina perfeita, entendi o que outras mães queriam dizer: o que importa é o que funciona na sua casa! Entender que cada bebê é diferente e que mudam (muitas vezes sem sabermos o motivo) faz com que o estabelecimento desta rotina se torne mais leve.
O que achamos por ai?
Site Leitura Infantil: A gestação e os primeiros meses do bebê sob a luz do Ayurveda
Autor: Yogarani Bárbara Hocsman
Data de Publicação: 27 de julho de 2015
Revista Crescer: Sono do bebê - 27 mitos e verdades
Autor: Maria Clara Vieira
Data de Publicação: 24 de abril de 2017
Link: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Sono/noticia/2017/04/sono-do-bebe-27-mitos-e-verdades.html
Canal Sobre Maternidade: Como ensinar o bebê a dormir a noite toda.
Data: 03 de novembro de 2015
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