Eu sempre tive uma maneira diferente de cuidar das minhas necessidades, tanto físicas quanto emocionais ou espirituais. Por exemplo, tomo florais para harmonizar meus sentimentos; rezo para Nossa Senhora Aparecida e para Ogum (Santa Sara e Buda) quanto estou em apuros; e tomo bastante água quando estou com dor de cabeça.
Chico nasceu e transferi para ele este jeito de lidar com algumas adversidades da vida, principalmente as que acometem o corpo físico: as doenças. Além de fazer uso de receitas da minha avó e da minha mãe, como o chá de alho para gripe ou xarope de agrião para tosse, passei a ser uma grande estudiosa de intervenções pouco agressivas quando Francisco precisou de ajuda.
Me lembro que a primeira vez que uma febre acometeu meu filho, quando ele tinha 2 meses, logo que chegou em 38 graus, dei-lhe paracetamol. O desespero era tão grande que não suportei ver aquele termômetro subindo em reação à vacina Pentavalente tomada horas antes. Mas com o passar do tempo e o coração abrandando, fui conseguindo lidar com estas pequenas intercorrências de forma mais segura e, até, com resultados efetivos.
Semana passada, Chico teve um febrão! 39.8 marcava no termômetro e eu ainda estava no banho morno, óleo essencial de hortelã nas têmporas, óleo essencial de limão siciliano nos tornozelos e uma pergunta que me silenciava, aflita: “qual é o conflito que ele está resolvendo?” Sim, porque segundo a pediatra homeopata que nos atendeu, a febre não é doença. A febre é uma reação positiva do corpo para que o vírus ou a bactéria morra. Ou seja, se cortamos a febre logo no início, impedimos que nossos pequenos guerreiros se tornem grandes guerreiros e derrubamos o sistema imunológico deles. Tá. Mas como aquietar o medo e a dor de ver um filho doente? Seguindo seu coração.
Nesta ocasião, meu coração dizia para que eu o levasse ao Pronto Socorro. Chegando lá, ele foi examinado e diagnosticado com o pulmão em secreção. Antibiótico. Fui confiante na farmácia e comprei aquele frasco receitado. Dei a primeira dose, ele cuspiu e dormiu. Nesta hora, quando me vi sozinha, me pus a chorar. Chorei tanto! Chorei de preocupação, chorei de cansaço (foram 4 dias acompanhando a febre, noite e dia), chorei por medo do futuro, chorei de raiva do passado, chorei pelo mestrado, pelo trabalho, pelo casamento. Aproveitei e chorei o que estava guardado há tempos! Depois desta uma hora de choro, Chico acordou, vomitou e sarou. Não, eu não estou mentindo.
Tudo isso aconteceu para que eu reafirmasse o que eu já sabia: Francisco demonstra aquilo que eu guardo. Então, toda vez que ele demonstra algum sintoma que pode se transformar uma doença, eu corro girar o holofote para mim e investigar o que anda acontecendo na minha vida para que ele reflita determinadas características. E, claro, vou logo tratando de dar um floral para ele e uma massagem com óleo de lavanda nos pés, assim ele relaxa enquanto eu me incumbo de resolver aquele problema que nos rodeia.
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