Eu falo NOSSO porquê não consigo desvencilhar os cuidados médicos do Francisco do meu sistema de crenças e valores e, justamente por isso, até hoje não consegui escolher um pediatra que eu possa considerar meu parceiro (ou parceira) na criação do meu filho.
Por Lívia Macêdo
![](https://static.wixstatic.com/media/4970301561b245eda395bf8bd605bb4e.jpg/v1/fill/w_980,h_653,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/4970301561b245eda395bf8bd605bb4e.jpg)
Acho que já mencionei em outro post, mas tudo que diz respeito a educação de um filho, quando há participação do pai e da mãe, pode encontrar barreiras ao identificar o famoso consenso. Como eu estou mais próxima de Maria, no dia a dia, nas tarefas de forma geral, acabo por interferir fortemente em qualquer decisão e por agregar aquilo que aprendi na vida como o melhor caminho. Isso não quer dizer que minhas escolhas sejam as mais corretas, mas apenas que o entendimento para minha vida diz ser melhor.
Para variar, o pediatra precisou de consenso. Consenso que, no nosso caso, não houve. O que houve foi uma aceitação do meu marido e esforço diário meu para provar que nossa opção funciona.
Porque isso? Por que eu aposto na homeopatia e o meu esposo a desconhece e, portanto, não aposta nenhum um pouco hahahha. Ele adora um corticoide e um antibiótico. Eu corro deles!!!
Quando eu nasci, minha mãe, já contrária às tendências da indústria farmacêutica, apostava em uma alimentação rica e variada, somada a tratamentos naturais e com o mínimo de alteração possível na forma como os elementos naturais chegam pra gente. Portanto, eu e minhas irmãs fomos tratadas com homeopatia. Naquela época, achavam que minha mãe era louca e que iríamos morrer por causa disso. Hoje, estuo aqui escrevendo para vocês, então, não morri, ainda rs.
O que vejo hoje: raramente fico doente, e quando fico, ainda que intensamente, logo saio da crise. Já meu esposo, vive doente, ou não 100%.
Sendo assim, bati o pé em casa que minha filha seria tratada com homeopatia. E assim tem sido. Logo nos primeiros dias de vida, Maria teve icterícia e já conheceu os primeiros remédios homeopáticos, somados a rituais de banhos de sol. Em seguida, ainda no primeiro mês, teve as primeiras crises respiratórias e fazíamos cabaninhas de lençol para nebulização de orégano (eu deveria ter tirado foto). Hoje, com a alguma virose que atingiu a garganta, ela toma chá de camomila, com composto de tintura a base de hamamélis e própolis, adoçado com mel.
Antibiótico? Nunca precisou! Corticoides? Tomou uma pequena dose em uma pomada cicatrizante para recuperação da trava do corte da língua. O que quero dizer com isso? Que simplesmente não sou presa a nada. A saúde da minha filha em primeiro lugar.
Com a homeopatia sigo uma filosofia de vida que busca fortalecer o sistema imunológico para que o corpo responda a interferências externas por meio da autodefesa e com mecanismos criados para isso. Não quero que haja sempre a necessidade de uma forte interferência que gere dependência para responder.
No entanto, apesar de acreditar na homeopatia, vivo em uma cidade que não é a minha. E aqui entra o mais importante da pediatria: a confiança. Os pediatras da minha família não vivem aqui!
A primeira pediatra de Maria era muito boa, excelente, e cheia de conhecimento. Entretanto, se precavia em excesso, o que me deixava sempre com uma preocupação em relação à saúde de Maria. Eu estava quase enlouquecendo com as possibilidades de doenças ou más formações que a minha filha não tinha. Reforço aqui que o problema em si não é a possível doença ou má formação, mas o fato de esta possibilidade não existir para o quadro de saúde que ela apresentava, levantando preocupações desnecessárias pra qualquer mãe que já é cheia de preocupações.
Decidimos, então, mudar de pediatra. A segunda pediatra que nos atendeu, não considerou que realmente estávamos procurando um médico para minha filha. Além disso, estranhei a forma que a pediatra atendia tanto a homeopatia quanto a alopatia. Como falei, a homeopatia tende a ser uma filosofia, algo em que se acredita. Não faz sentido que seja compatibilizada com uma filosofia oposta, salvo emergências.
Por fim, encontramos um pediatra. O atual médico de Maria segue a homeopatia, mas, diferente da forma que fui criada, com remédios o mais natural possível ou composto para uma situação específica, opta por usar remédios homeopáticos prontos. Isso não é um problema, apenas acho estranho. Por isso, diversas vezes, ainda ligo para alguns médicos conhecidos e que atuaram em minha formação para saber se existe um caminho melhor.
Observe o quanto o pediatra está relacionado a confiança. Ainda por cima, em uma família com possíveis discordâncias em relação ao tratamento. Caso haja alguma falha grave no tratamento de minha filha, tenho certeza que o motivo será a homeopatia rs.
Portanto, os meus principais conselhos na hora de escolher um pediatra são:
- escolha qual filosofia vc vai seguir e procure alguém especializado;
- escolha um médico que caiba no seu bolso ou no plano de saúde (alguns poucos programas da rede pública também oferece este serviço - deixarei links aqui);
- procure saber como o pediatra atua em emergências (o de Maria sempre retorna todas as minhas msg, mesmo em fds);
- busque alguém que dê confiança a suas escolhas.
Pediatra: seu aliado ou seu inimigo?
por Marcela Elisa
Ontem à noite, comecei a leitura do “Bésame Mucho: como criar seu filho com amor”, um livro escrito pelo pediatra espanhol Carlos Gonzalez e que logo de cara fala: eu não vou ficar em cima do muro. Escrevi este livro em favor das crianças (e não por isso, sou contra os pais e mães).
Fiquei tão intrigada com esta afirmação que invadi as horas que eu deveria estar dormindo para ler até mais tarde e percebi um ponto que há muito tempo já sentia estar desalinhado na criação do Francisco: nosso pediatra.
Eu falo NOSSO porquê não consigo desvencilhar os cuidados médicos do Francisco do meu sistema de crenças e valores e, justamente por isso, até hoje não consegui escolher um pediatra que eu possa considerar meu parceiro (ou parceira) na criação do meu filho. Sim, o pediatra é de tamanha singularidade que muitos deles acabam por destruir ou colaborar na relação mãe-filho. E eu explico os motivos.
Me lembro de quando Chico tinha 2 meses de vida e apresentava episódios de refluxo. Levei no pediatra mais recomendado da região e ele receitou um medicamento bastante conhecido. Em pesquisas na internet e em grupos de mães, percebi que este medicamento era tão forte que os efeitos colaterais eram piores do que os próprios sintomas do refluxo. No paralelo, conversando com uma enfermeira obstetra, ela me contou que o refluxo (até certa medida) é natural em crianças pequenas. A não ser que a criança esteja emagrecendo ou que apresente choro quando o leite é regurgitado, não há indicação de medicamentos. Apenas segurar a criança por 30 minutos depois das mamadas era suficiente.
Em outra ocasião, já com outro médico nos assessorando, Chico estava gripado. Coriza, febre, tosse. Lá fui eu, aflita, atrás do pediatra. Na saída da consulta, com as mãos cheias de receitas (antialérgico, expectorante, antibiótico e analgésicos para dor e febre), fui para a pesquisa, novamente. Descobri que um dos remédios receitados eram indicados para crianças a partir de dois anos e, óbvio, não comprei. No retorno, depois de 10 dias da primeira consulta, cheguei com o Francisco em perfeito estado. Saudável. O pediatra me perguntou se eu havia dado todos os medicamentos e eu respondi: dei o antibiótico duas vezes, ele vomitou e no dia seguinte sarou, não dei mais nada. Apenas o xarope de abacaxi que aprendi e sei que é expectorante muito bom. E ele respondeu com um sorriso: isso, mãe, você fez certo.
Confesso que ainda não tenho um pediatra ao meu lado “que eu posso chamar de eu”, com quem eu compartilhe dúvidas, para quem eu recorra nas horas de aflição. Por conta disso, já passei noites em prontos-socorros (sem necessidade), já permiti fazer hemograma (sem necessidade), já expus o Francisco a situações muito mais estressantes do que a própria doença. Tudo por não ter uma pessoa da área médica com a qual eu tenha uma ligação no que tange meus valores, minhas crenças, meu entendimento de saúde e doença. E isso faz uma baita falta!
Então, enquanto não encontro esse médico que vai amparar eu filho sem fazer intervenções desnecessárias, com o máximo de cuidado de afeto que toda criança merece ser tratada, vou seguindo com o nosso. Ele não é homeopata, como eu desejo e nem é a favor da amamentação a longo prazo. Mesmo assim, em todas as consultas que levei meu filho, ele não me reprime com relação a minha conduta divergente da dele. Muito pelo contrário, ele sorri e diz que a pessoa que mais compreende o que o Francisco precisa, neste momento, sou eu e que ele me apoia.
É isso. O pediatra está aí muito mais para apoiar e intervir quando necessário do que para ditar as regras de criação das crianças.
Mães e pais, abram os olhos: pediatras deveriam ser a favor exclusivamente das crianças, como recomenda Carlos Gonzalez. Desconfie de médicos que proponha qualquer método a fim de diminuir a ligação corporal entre mães, pais, cuidadores e suas crianças, ok?
Pediatra Particular Online 24h
Por Marina Oliveira
Mais uma vez, pediatra não foi um tema que me preocupava. Nunca nem pensei em pesquisar sobre isso antes. "Quando o bebê nascer eu vejo", eu pensava.
Após o parto, no momento da minha alta, perguntei ao obstetra se me indicava algum. Ele me passou o contato de um velhinho muito fofo ^.^
O problema era que a Lais estaria no meu plano de saúde apenas por 30 dias, pois a operadora se negou a aceitá-la (até hoje brigamos por isso, mas é papo para outro post). Assim, fomos atendidos por esse médico apenas por um mês.
Em seguida, tentamos uma pediatra indicada mas foi a pior experiência! Ela não deixava eu tirar dúvidas, falava em cima de mim e julgava minhas atitudes/escolhas com a minha filha. Não teve tato nenhum. Me senti a pior mãe, mas sabia que ela era pior médica. Sai chorando do consultório na primeira consulta sem entender direito o que tinha acontecido e nunca voltei.
Nessa hora me assustei por não ter um pediatra. Lembrei que o meu pediatra, de quando tinha uns 10 anos, já não era tão velhinho rs e resolvi procurá-lo. Para meu alívio, ele atendia o plano da Lais e desde então é ele quem acompanha minha filha.
Quem diria! Meu próprio pediatra :)
Acho bem difícil encontrar um médico que esteja 100% alinhado com o que pensamos. E nem sempre vamos ouvir o que gostaríamos rs. O pediatra da Lais é super a favor da amamentação, mas também é rigoroso com os horários da alimentação. Ele não é radical sobre os contatos dela com o mundo, mas insiste na importância da fórmula até os dois anos pelo menos (ainda que eu tenha insistido pelo leite de vaca, continuo seguindo a orientação dele). Assim como eu, ele evita remédios e químicas desnecessárias, mas deixa sempre um receita caso haja piora ou eu queira ficar tranquila. E ele ainda me acalma quando acho que algo super grave aconteceu com ela!
No geral é assim: escuto toda a orientação, questiono, pesquiso e tomo minha própria decisão.
Na maioria das vezes, sigo o que ele sugeriu. Em outras já fiz diferente por ser algo que acredito ser melhor para a Lais. O que importa é que ele tem a paciência do mundo com ela que grita loucamente sempre que vê alguém de branco rsrs (como eu já comentei, ela odeia que segurem ela para qualquer coisa - coitado dos médicos para examiná-la).
A única coisa que falta é um pediatra particular online 24h por dia e à nossa disposição. Aí sim estaria completa minha felicidade rsrss
O que achamos por ai?
Saúde oferece tratamento homeopático gratuito a pacientes da rede pública.
Site: Secretaria de Saúdo do DF
Autor: Patrícia Kavamoto, (Agência Saúde)
Data: 02 de outubro de 2019
A homeopatia na rede pública do Estado de São Paulo: facilitadores e dificultadores.
Site: Revista Basileira de Medicina de Família e Comunidade
Autor: Wania Maria Papile Galhardi; Nelson Filice de Barros; Ana Cláudia Moraes Barros Leite-Mor
Data: 2012
Práticas Integrativas e Complementares (PICS): quais são e para que servem
Site: Ministério da Saúde
Autor: Ministério da Saúde
Data: sem data.
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